


Seu bolso: Petrobras anuncia redução de 4,9% no preço da gasolina e medida começa a valer nesta terça-feira
A decisão reflete tanto a recente desaceleração nas cotações internacionais do petróleo quanto a crescente pressão de setores políticos.
A Petrobras anunciou nesta terça-feira (21) a redução de 4,9% no preço médio da gasolina vendida às distribuidoras, equivalente a R$ 0,14 por litro. Com o novo valor, o combustível passa de R$ 2,85 para R$ 2,71 por litro nas refinarias da estatal — o primeiro ajuste para baixo desde julho. A decisão reflete tanto a recente desaceleração nas cotações internacionais do petróleo quanto a crescente pressão de setores políticos e governamentais por uma revisão dos preços diante da defasagem acumulada nos últimos meses.
Segundo apurado pelo Blog do Marcelo, integrantes do Palácio do Planalto e parlamentares de diferentes partidos intensificaram nos últimos dias os apelos à diretoria da Petrobras para que alinhasse os preços domésticos ao cenário externo mais favorável. O movimento ocorre em meio a um contexto de recuo nos preços do barril de Brent, impulsionado por sinais de arrefecimento da demanda global e pela redução das tensões geopolíticas que marcaram o terceiro trimestre.
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Apesar do corte nas refinarias, o impacto imediato nos postos de combustíveis não é garantido. O valor final ao consumidor continua sujeito a variações impostas por tributos federais e estaduais, margens de lucro de distribuidores e revendedores, além de custos logísticos regionais. Na semana passada, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio da gasolina comum no país era de R$ 6,22 por litro. No acumulado do ano, a estatal já reduziu em R$ 0,31 o valor do litro da gasolina nas refinarias, o que representa uma queda de 10,3% desde janeiro. Enquanto isso, os preços do diesel e do gás liquefeito de petróleo (GLP), popularmente conhecido como gás de cozinha, permanecem inalterados.
O corte chega em um momento sensível para a economia brasileira. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, divulgado pelo IBGE, registrou alta de 0,48%, com inflação acumulada em 5,17% nos últimos 12 meses. No grupo de transportes, os combustíveis pressionaram os índices: etanol subiu 2,25%, gasolina avançou 0,75% e o diesel teve alta de 0,38%. Mercado financeiro, porém, enxerga alívio à frente. A corretora Warren Investimentos projeta que o recuo nos preços nas refinarias se traduza em uma redução de 1,58% no IPCA de novembro, exclusivamente pelo impacto da gasolina. Com isso, a expectativa de inflação para 2025 foi revisada de 4,5% para 4,4%, reforçando a tendência de desaceleração nos próximos meses — desde que os preços nas bombas efetivamente acompanhem o movimento das refinarias.