


Absurdo: Cozinheira é assassinada dentro de casa após se recusar a envenenar policiais militares, por ordem de facção
A vítima, que trabalhou como cozinheira do destacamento da Polícia Militar até dezembro do ano passado, mantinha estreita relação de amizade com agentes.
A pacata cidade de Saboeiro, no sertão do Ceará, foi abalada no último sábado (18) com o brutal assassinato de Antônia Ione Rodrigues da Silva, 45 anos, conhecida carinhosamente como Bira. Mãe de dois filhos, ela foi executada dentro de sua própria residência por volta das 2h da madrugada, em um crime que as autoridades investigam como uma retaliação orquestrada por uma facção criminosa.
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Segundo apurado pelo Blog do Marcelo, a motivação do crime estaria ligada à recusa de Antônia em cumprir ordens impostas por integrantes de uma organização criminosa local. A vítima, que trabalhou como cozinheira do destacamento da Polícia Militar em Saboeiro até dezembro do ano passado, mantinha estreita relação de amizade com agentes de segurança da região — vínculo que, segundo investigadores, pode ter despertado a ira dos criminosos.
Depoimentos colhidos durante as primeiras 48 horas da investigação indicam que Bira teria repassado, em ocasiões anteriores, informações sobre a movimentação de membros da facção, o que a teria colocado na mira dos criminosos. A proximidade com os policiais não era apenas profissional: ela era considerada uma figura de confiança dentro do círculo dos agentes de segurança.
Na noite do crime, quatro homens armados invadiram sua casa e a executaram. Os filhos de Antônia estavam no local — entre eles, uma menina de apenas 12 anos, que presenciou toda a cena. Peritos criminais confirmaram o uso de arma de fogo no ataque e não descartam que uma arma branca também tenha sido utilizada durante a ação. A Polícia Civil, em conjunto com a Polícia Militar, intensificou as investigações na região e busca identificar os autores do crime, bem como desmontar possíveis células da facção envolvida. A comunidade local vive em clima de tensão, temendo represálias ou novos episódios de violência. O caso reacendeu o debate sobre a vulnerabilidade de civis que, mesmo sem envolvimento direto com a segurança pública, tornam-se alvos por sua proximidade com agentes do Estado em áreas dominadas pelo crime organizado.