Conquista: Seis estudantes de cursinho no bairro Candeias são indiciados por prática de cyberbullying contra colega

O inquérito policial detalha que o conteúdo das mensagens era altamente discriminatório, visando expor a estudante à vergonha pública com foco em sua aparência física.

A 1ª Delegacia Territorial de Vitória da Conquista colocou um ponto final, nesta quarta-feira (19), nas investigações sobre um grave caso de violência psicológica e moral sofrido por uma jovem de 19 anos. A vítima, aluna de um cursinho pré-vestibular no bairro Candeias, tornou-se alvo de uma série de ataques sistemáticos perpetrados por seis colegas da mesma instituição.

Continua após a publicidade:

O episódio teve início no mês de outubro, durante uma viagem para um campeonato de futsal, mas as hostilidades transbordaram o ambiente físico. Segundo apurado pelo Blog do Marcelo, a perseguição migrou para o ambiente virtual, onde seis jovens — com idades entre 18 e 20 anos — orquestraram uma campanha de ofensas através de um grupo no WhatsApp.

O inquérito policial detalha que o conteúdo das mensagens era altamente discriminatório, visando expor a estudante à vergonha pública com foco em sua aparência física. A investigação transcreveu trechos das conversas que demonstram a agressividade do grupo, incluindo insultos como “toma aí sua baleia assassina” e intimidações graves contra a integridade física da aluna, como a frase “se eu pudesse matar, eu mataria essa gorda aí”.

Três crimes e “arrependimento”

Diante da gravidade dos fatos, a autoridade policial enquadrou as ações dos investigados em três tipos penais distintos: difamação, cyberbullying (intimidação sistemática na rede) e ameaça contra mulher por razões da condição de sexo feminino. A legislação prevê que, dependendo da tipificação final, as penas podem chegar a até dois anos de reclusão. Todos os seis acusados prestaram depoimento na delegacia. Durante os interrogatórios, eles confessaram a autoria das mensagens e alegaram estar arrependidos da conduta. Com a conclusão da fase policial, os autos foram encaminhados à Justiça, que decidirá sobre a penalização dos envolvidos.