Funcionária e marido são presos após desviarem R$ 1 milhão de empresa. “Ostentação” fez patrão chamar a Polícia
As suspeitas se intensificaram quando o empresário percebeu, nas redes sociais, uma série de postagens de uma assistente administrativa exibindo compras de alto valor.

Uma rotina aparentemente normal em um escritório de contabilidade no norte do Paraná foi interrompida por uma série de publicações nas redes sociais que chamaram atenção do proprietário da empresa. O que parecia ser apenas o registro de conquistas pessoais de uma funcionária revelou-se um esquema de desvio de mais de R$ 1 milhão de recursos de condomínios administrados pelo escritório.
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A empresa, responsável pela gestão financeira de cerca de 40 condomínios na região de Londrina, começou a investigar possíveis irregularidades após o patrão notar atrasos recorrentes na entrega de relatórios contábeis. Alguns desses documentos estavam pendentes desde janeiro, o que acendeu o alerta sobre possíveis falhas operacionais — ou algo mais grave.

As suspeitas se intensificaram quando o empresário percebeu, nas redes sociais, uma série de postagens de uma assistente administrativa exibindo compras de alto valor: eletrodomésticos como geladeiras premium, máquinas de lavar louça, cooktops e até uma caminhonete zero quilômetro. Em uma das publicações, a funcionária agradeceu “a Deus” por transformar sonhos em realidade, ao lado de imagens do novo apartamento reformado.
Preocupado, o dono da empresa convocou uma reunião interna na segunda-feira (25) para cobrar a regularização dos relatórios. A funcionária, no entanto, evitou entregar os documentos solicitados e deixou o local ao final do expediente. Diante da insistência da equipe gestora, ela foi novamente chamada de volta ao escritório, onde começou a demonstrar nervosismo ao ser questionada sobre os atrasos. Durante a análise dos extratos bancários dos condomínios, os responsáveis pela apuração identificaram transferências atípicas para uma conta em nome do marido da funcionária. Uma delas, no valor de R$ 10 mil, chamou imediatamente a atenção. Outros depósitos via PIX, incluindo um de mais de R$ 20 mil no início do ano, foram identificados e anexados ao inquérito.
Diante das evidências, a funcionária confessou que vinha desviando valores dos repasses dos condomínios há cerca de um ano, período em que trabalhava no escritório. Segundo seu relato, o dinheiro era repassado para a conta conjunta e usada para financiar compras pessoais e dívidas decorrentes de vício em jogos de azar. O casal foi detido pela Polícia Civil após o registro de boletim de ocorrência por crimes de fraude e furto qualificado. Passaram uma noite sob custódia e foram liberados no dia seguinte, devendo responder ao processo em liberdade. A defesa do casal, representada por um advogado, afirmou que ainda não teve acesso integral aos autos do inquérito e que se pronunciará formalmente ao longo da investigação. A Polícia Civil segue com a perícia nos extratos bancários para verificar possíveis adulterações e a extensão total dos desvios. A empresa, que mantém dois funcionários responsáveis por blocos de 20 condomínios cada, reforçou os controles internos e afirma que não há indícios, por enquanto, de prejuízos em outros setores além dos condomínios geridos pela funcionária envolvida.











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