


Senador Flavio Bolsonaro culpa “perseguição incessante” como causa do câncer do pai, diagnosticado hoje
“Meu pai já venceu batalhas muito maiores. E vai superar essa também. Não tenho dúvida”, disse o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) usou as redes sociais nesta quarta-feira (17) para vincular o diagnóstico de câncer de pele do ex-presidente Jair Bolsonaro a uma suposta “perseguição política” sofrida pela família desde o início do governo passado. A declaração foi feita horas após o médico Claudio Birolini confirmar que duas das oito lesões retiradas da pele do ex-presidente eram cancerígenas.
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“Meu pai já venceu batalhas muito maiores. E vai superar essa também. Não tenho dúvida de que esse mal tem raiz na pressão constante que ele vem sofrendo desde que resolveu romper com o establishment e colocar o Brasil em primeiro lugar”, escreveu Flávio no X, antigo Twitter, em postagem que rapidamente se espalhou entre apoiadores do ex-presidente. Segundo apurado pelo Blog do Marcelo, a manifestação do senador reflete um discurso cada vez mais recorrente dentro do círculo próximo a Bolsonaro, que insiste em interpretar questões pessoais e de saúde como desdobramentos de uma suposta conspiração institucional contra o ex-mandatário.
Jair Bolsonaro recebeu alta médica ainda na manhã desta quarta do Hospital DF Star, em Brasília, onde passou a noite sob observação após ser internado na terça-feira (16) com sintomas como queda de pressão, vômitos e soluços persistentes. Durante os exames de rotina, foi confirmada a presença de células malignas na pele. De acordo com o Dr. Claudio Birolini, coordenador da equipe médica, foram removidas oito lesões — sete delas suspeitas de câncer. Dessas, duas foram diagnosticadas como carcinoma de células escamosas, um tipo intermediário de câncer de pele, nem o mais leve nem o mais agressivo. As lesões estavam localizadas no braço direito e no tórax do ex-presidente.
“O procedimento cirúrgico foi completo e suficiente. Não há indicação de tratamento adicional, como quimioterapia ou radioterapia. O caso está controlado, mas exigirá acompanhamento clínico periódico”, explicou Birolini durante coletiva à imprensa. O médico revelou ainda que as alterações na pele já haviam sido notadas em abril, durante a internação de Bolsonaro por obstrução intestinal. Na época, a prioridade foi o problema gastrointestinal, e a intervenção dermatológica foi adiada. Agora, com as lesões extirpadas, o ex-presidente deve retornar ao hospital em até 14 dias para a retirada dos pontos — um procedimento simples que, segundo a equipe médica, pode até ser realizado em ambiente domiciliar, dependendo da evolução clínica. Apesar do prognóstico positivo, a declaração de Flávio Bolsonaro trouxe o tema de volta ao campo político, transformando um diagnóstico médico em mais um capítulo da narrativa de confronto que cerca a figura do ex-presidente. Enquanto a área médica destaca a eficácia do tratamento precoce, aliados de Bolsonaro seguem enfatizando o contexto de “pressão” como fator determinante para eventos pessoais.