


Assembleia Geral da ONU: Lula e Trump se cumprimentam informalmente e encontro na Casa Branca já está em preparo
“Lula estava saindo de um compromisso e Trump entrando no mesmo espaço. Os dois aproveitaram o momento para trocar algumas palavras”, disse porta-voz do Governo dos EUA
Em declaração exclusiva à GloboNews nesta terça-feira (23), a porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos em língua portuguesa, Amanda Robertson, confirmou que o breve encontro entre o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano Donald Trump, ocorrido durante os bastidores da Assembleia Geral das Nações Unidas, não estava previamente agendado. Segundo ela, a conversa foi espontânea, fruto de um cruzamento casual nos corredores do evento internacional.
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“Não foi planejado. Lula estava saindo de um compromisso e Trump entrando no mesmo espaço. Os dois aproveitaram o momento para trocar algumas palavras cara a cara — uma interação breve, mas positiva”, explicou Robertson. A representante norte-americana destacou que, apesar da informalidade, o diálogo foi produtivo e revelou um clima de aproximação entre as duas lideranças.
Segundo apurado, embora nenhum conteúdo específico tenha sido discutido durante o encontro improvisado, a avaliação interna entre assessores americanos é de que houve um entendimento tácito sobre a importância de fortalecer a parceria bilateral. “Os presidentes perceberam que há muito em comum entre os dois países e que é essencial continuarmos trabalhando juntos. Essa relação vai avançar agora”, afirmou a porta-voz.
Robertson também comentou sobre a reunião oficial marcada para a semana seguinte, entre Lula e Trump, em Washington. Apesar da data já estar definida, ela ressaltou que, por enquanto, não há detalhes públicos sobre a pauta ou a estrutura do encontro. “Neste momento, os detalhes estão sendo tratados diretamente pelos canais diplomáticos brasileiros e americanos. Vamos saber mais nos próximos dias”, disse.
Sobre as recentes tarifas anunciadas pelo governo Trump para produtos brasileiros, a porta-voz defendeu a medida como uma estratégia de impulsionar negociações comerciais mais justas. “O presidente deixou claro desde o início que essas tarifas são uma oportunidade de sentar à mesa e construir acordos novos, que beneficiem ambas as economias”, afirmou. Para ela, é necessário modernizar relações comerciais obsoletas: “Os acordos anteriores não refletem mais a realidade atual dos mercados. Precisamos repensar tudo com base nas necessidades das empresas e dos povos.”
Questionada sobre a possibilidade de temas ambientais, como a realização da COP30 no Brasil, serem discutidos na próxima reunião, Robertson foi cautelosa. “O presidente Lula tem todo o direito de colocar esse assunto na agenda, se assim desejar. No entanto, a prioridade declarada pelo presidente Trump em seu discurso na ONU é a promoção da paz global. Esse é o foco principal do momento”, concluiu. Com a aproximação diplomática ganhando força, analistas acompanham de perto os desdobramentos de uma relação que pode influenciar não apenas o comércio bilateral, mas também a posição do Brasil em fóruns multilaterais nos próximos meses.