Grupo Mateus esclarece rombo de mais de R$ 1 bilhão no balanço e salienta que suas operações não serão afetadas
A correção dos dados revelou que os estoques da companhia, que apareciam contabilisticamente avaliados em R$ 6 bilhões em 2024, valem, na realidade, R$ 4,9 bilhões.

A manhã desta sexta-feira (21) foi marcada por forte turbulência para os investidores do varejo alimentar na Bolsa de Valores. O Grupo Mateus, proprietária de rede atacadista Mix Mateus, viu seus papéis (GMAT3) sofrerem nova pressão vendedora após a divulgação de inconsistências financeiras graves em seu balanço, o que elevou a aversão ao risco por parte do mercado.
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Logo na abertura do pregão, as ações da varejista registravam recuo de 2,51%, sendo negociadas a R$ 4,96. O movimento negativo não é isolado: o ativo consolida uma desvalorização expressiva superior a 25% considerando apenas as últimas sete sessões, refletindo a quebra de confiança gerada pelos números apresentados.

O foco da preocupação está na avaliação dos ativos da empresa. Segundo apurado pelo Blog do Marcelo, o balanço recente evidenciou um erro de cálculo na ordem de R$ 1,1 bilhão referente ao custo médio das mercadorias. A falha ocorreu na precificação dos estoques, uma métrica considerada nevrálgica para a sustentabilidade operacional de grandes varejistas.

A correção dos dados revelou que os estoques da companhia, que apareciam contabilisticamente avaliados em R$ 6 bilhões em 2024, valem, na realidade, R$ 4,9 bilhões. A superavaliação anterior mascarava a real situação dos ativos circulantes da empresa. O impacto dessa revisão foi imediato sobre a saúde financeira reportada pelo grupo. Como consequência direta do ajuste, o patrimônio líquido sofreu um corte de aproximadamente R$ 695 milhões, passando a registrar o montante atualizado de R$ 9,1 bilhões. Analistas de mercado seguem monitorando os desdobramentos, aguardando sinalizações da diretoria sobre o fortalecimento dos controles internos para evitar novas discrepâncias.
Grupo Mateus esclarece situação à CVM
O Grupo Mateus enviou novos esclarecimentos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o órgão que fiscaliza o mercado financeiro, para explicar as recentes correções feitas em seus balanços. A empresa foi enfática ao afirmar que as mudanças nos valores de estoque e custos não se tratam de erros ou falhas de gestão, mas sim do resultado natural de uma grande modernização em seus sistemas internos.
A varejista reforçou que essas informações já haviam sido apresentadas de forma transparente aos investidores em meados de novembro, segundo apurado pelo Blog do Marcelo, ocasião em que a companhia detalhou a adoção de uma tecnologia mais robusta e automatizada para controlar suas finanças.
Para evitar confusões, o Grupo fez questão de separar os assuntos. A empresa explicou que, embora esteja reforçando a segurança e aumentando a frequência da contagem de produtos nas lojas para combater furtos pontuais, essas medidas de proteção física não têm nenhuma relação com os ajustes contábeis questionados pelo órgão regulador. A direção também aproveitou para negar boatos de mercado que sugeriam dificuldades da empresa em calcular impostos, classificando essas falas como especulações sem fundamento.
Por fim, o Grupo Mateus tranquilizou o mercado sobre sua saúde financeira. A empresa explicou que, apesar de o ajuste contábil envolver cifras altas, na casa de R$ 1,1 bilhão, isso não significa que a empresa perdeu dinheiro. O valor é apenas uma reclassificação técnica que não retirou nenhum centavo do caixa, não aumentou as dívidas e não compromete o funcionamento das lojas. Justamente por não afetar a operação real do negócio, a companhia entendeu que não era necessário emitir um alerta de emergência (Fato Relevante), mantendo suas atividades normais.











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