do Correio*
O secretário de segurança pública César Nunes disse nesta quarta-feira (24) que o número de vítimas do suposto caso de excesso da Polícia Militar de Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, é menor do que o inicialmente divulgado. Segundo Nunes, apenas quatro homicídios e três desaparecimentos estão relacionados à morte do soldado Marcelo Márcio Lima, em 28 de janeiro.
“Tivemos 11 homicídios no período e três pessoas estão desaparecidas. Desses, quatro estão devidamente identificadas como decorrentes da morte do PM, os outros quatro homicídios não tem indícios de relação com a morte, um deles inclusive ocorreu antes, outro foi de motivação passional e o outro ocorreu na zona rural”, afirmou Nunes.
O secretário esteve em Conquista ontem acompanhado do delegado geral da Polícia Civil, Joselito Bispo, e pelo comandante geral da PM, coronel Nilton Mascarenhas. Hoje, também, foi encontrado um projétil que foi utilizado para mater uma das vítimas nno bairro de Lagoa das Flores.
“Nós constatamos que alguns projéteis haviam transfixado o corpo da vítima. Quando isso acontece, eles ficam enterrados a uma profundidade pequena. Voltamos ao local e, ao escavar, encontramos o que procurávamos. Essa é mais uma prova que vai ajudar a descobrir qual a arma, seu tipo e até se foram utilizadas mais de uma arma nos crimes”, explicou o secretário.
As provas materiais encontradas até agora – o projétil, um fragmento de projétil, um estojo de cápsula e um papel com anotações de telefones – foram encaminhadas do Departamento de Polícia Técnica de Vitória da Conquista para Salvador, onde serão periciadas.
Depoimentos
As testemunhas também estão depondo para ajudar a elucidar os casos. O delegado Odilson Pereira, coordenador da Polícia Civil em Conquista, disse que 20 parentes de vítimas e 25 policiais já foram ouvidos. “Também fizemos a exumação de um cadáver, vamos realizar a exumação de outros três’, disse.
Até agora, quatro PMs já foram reconhecidos por testemunhas. Nomes e patentes dos envolvidos não foram divulgados – segundo César Nunes, apenas para não atrapalhar a investigação e não por corporativismo. ‘Serão adotadas todas as medidas cabíveis para punir os culpados dentro da lei”, disse.