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Léo Dias: “Eu não perdi, quem perdeu foi o público”, diz diretor recém demitido pela Globo

fonte_odiaO Dia

leo_diasA TV Globo costuma ser aquela típica empresa em que as pessoas fazem uma longa carreira e só saem aposentadas. Isso é ainda mais comum quando o profissional atinge o cargo de diretor. Mas Aloysio Legey foi uma exceção. Depois de 36 anos de serviços prestados à maior emissora do país, Legey foi dispensado no dia 30 de setembro.

Desde então, permaneceu calado. Pela primeira vez, ele concede uma entrevista e fala abertamente sobre os motivos de sua saída. Admite que as relações pessoais às vezes falam mais alto na Globo e faz uma grande análise sobre a programação musical da TV aberta. O bate-papo com Legey foi agradabilíssimo. Pude conhecer uma pessoa extremamente educada e incapaz de criticar a empresa que foi a sua vida durante quase quatro décadas. A seguir, uma aula sobre a TV brasileira.

A sua história na TV é muito grande. Conte para a gente alguns de seus grandes feitos.
Eu fiz 18 anos de carnavais, do Rio e de São Paulo. Comecei como câmera e cheguei à direção de transmissão. As duas vezes que o Frank Sinatra veio ao Brasil, fui eu que dirigi. O início da Fórmula 1 teve a minha direção. Eu que tive a ideia da música que se tornou a marca das vitórias do Senna. Quase todas as aberturas do ‘Fantástico’ fui eu que fiz. Eu estava na Direção Geral de Eventos Especiais da TV Globo. Só que a minha saída deixou uma impressão muito ruim para a minha imagem.

Como assim?
Se você for ao Google e colocar meu nome, as primeiras matérias que aparecem dizem que eu desafiei a TV Globo e fui demitido. Eu não bati de frente com ninguém. A única coisa que acontece na relação profissional é que, em um determinado dia, você não concorda com seu chefe. Isso fez com que o ‘Criança Esperança’ saísse do caminho que eu havia trilhado por 20 anos. Ele era um programa ao vivo, com duas mil pessoas envolvidas. Tinha mais emoção. E procuraram mudar esse caminho, num programa que dava audiência e dinheiro.

Você é do tipo que não gosta de mudanças?
Não, absolutamente. O que existe é a experiência que eu tenho. Sei que determinado caminho não vai dar certo. Se você fizer uma pesquisa com todos que trabalharam comigo, ninguém vai te dizer que eu gritei ou destratei alguém.

Você deixou a transmissão do Carnaval há 3 anos. O Boninho assumiu. O que mudou de lá pra cá?
Pouquíssima coisa. Eu criei a Esquina do Samba, aquele telão que fica lá atrás na concentração…

Quem te falou na Globo que você estava fora do Carnaval?
Saiu no jornal.

Oi?
É, eu soube pela imprensa. Mas isso não é nada! Nada disso apaga o que eu fiz, o que eu deixei na história da TV. Quando eu saí, eu saí também por ciúme. Mas isso não me faz mal. Você não acredita, mas é verdade. Eu só acho que isso deveria ter sido feito de outro jeito.

Qual jeito?
Sentar, conversar, tentar entender o que estava acontecendo.

Antes da sua saída da Globo foram publicadas várias notas de que você estava sendo desprestigiado? Em que momento você percebeu isso?
Há 4 anos, quando eu perdi o ‘Criança Esperança’. Não é que eu não tenha concordado com uma coisa. Eu apenas disse que não sabia fazer do jeito que eles me pediram.

Você se arrependeu de ter dito isso?
Nada, nada…

Mas você imaginava que seria demitido?
Sim. Eu estava contratado o ano todo para fazer o ‘Show da Virada’ e o ‘Festival de Verão de Salvador’. Não pode!

Você bateu de frente com quem lá dentro?
Com ninguém. O Otávio (Florisbal) é meu amigo até hoje.

Está mais do que provado que a música, com raras exceções, faz a audiência cair. A gente vê isso nos programas de auditório, por exemplo. Essas atrações sempre são encurtadas… Acha que isso prejudicou o seu trabalho?
O meu só não, o de muita gente. O ‘The Voice’ veio para quebrar todos os paradigmas da TV.

(Entre as perguntas, Legey mostra diversos emails de diretores executivos da Globo. Em um deles, de outubro do ano passado, Octavio Florisbal diz que o “seu talento será requisitado certamente”).

Como aconteceu a sua demissão?
Eu já esperava. O meu contrato acabaria em janeiro deste ano e foi prorrogado até setembro, já com essa perspectiva de encerramento.

E no dia 30 de setembro você fez o quê?
Fui lá pegar as minhas coisas, devolver o carro que a Globo permitia que eu usasse e pronto.

Você fez muitos amigos na Globo?
Não, eu fiz muitos companheiros.

Nenhum amigo?
Uns três ou quatro.

E inimigos? Inimigos, não, desafetos.
Nenhum. Esses eu chamaria de pessoas que me veem como um cara privilegiado.

Não ficou nenhum ressentimento da TV Globo?
Nenhum.

E se eles te chamassem para voltar?
Depende muito. Se fosse para começar do zero, eu não aceitaria.

Faria o Carnaval novamente?
Não sei.

Você mandou um email de despedida?
Não.

Como você vê o Carnaval hoje? Em 2013, a Globo não vai transmitir o Carnaval de São Paulo para o Rio. E sim os Grupos de Acesso. O que você acha disso?
Eu vejo o Carnaval crescendo. Mas o Grupo de Acesso terá muitas escolas, se eu não me engano são 16. Juntando com as 12 do Grupo Especial. Eu acho que vai ser um saco!

E o Show da Virada?
Esse programa tem todos os motivos para continuar porque é o Carnaval da classe E. Eu sempre trabalhei para as classes mais baixas com muito orgulho.

Você acha que as relações pessoais fazem muita diferença na Globo?
Fazem. Eu tinha relações profissionais. Se eu encontrasse a pessoa fora do ambiente profissional, eu cumprimentava.

E o Som Brasil?
Para começarmos a falar sobre este programa é preciso rever o horário. Ele passa às 2h da manhã. O público que assiste a este tipo de programa dorme cedo.

O que você acha do ‘The Voice’?
Boninho caprichou. Não sei se faria tão bem feito. É o melhor programa musical da TV hoje.

E qual é a sua fonte de renda hoje?
Eu ganhava bem na Globo, tinha participação nos lucros e dirigia um show aqui, outro ali: Zezé Di Camargo dirigi uns 5, Daniel… Eu não perdi, quem perdeu foi o público.

Não foi a TV Globo?
A TV Globo também.



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