WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia
hospital samur

vic park vitoria da conquista

secom bahia

diamantina toyota

pel construtora

pmvc

sonnar

vic park vitoria da conquista

cmvc

fainor

unimed sudoeste

sufotur

herrera hair institute

vca construtora

VCA rede axegu

natanael a honra do cla

Partidos trocam disputa de poder por fatias nos projetos de PT e PSDB

do Estadão

Desde 1994, corrida ao Planalto se restringe apenas a petistas e tucanos. As demais legendas, sabendo que serão necessárias numa futura coligação de governo, seja quem for o vencedor, preferem viver dos cargos loteados em ministérios e estatais

Baseado em três grandes partidos nacionais – PMDB, PT e PSDB -, uma dezena de legendas médias regionalizadas e outras tantas formadas por nanicos e ideológicos de pouca expressão, o modelo político brasileiro fez com que desde 1994 a efetiva disputa pelo poder ocorra apenas entre petistas e tucanos.

Os outros partidos, sabendo que serão necessários numa futura coligação de governo, seja quem for o vencedor, preferem viver das gordas migalhas distribuídas em forma de ministérios e direção de estatais. Essas concessões, por sua vez, são transformadas em células que garantem a sobrevida partidária de cada um deles por mais um tempo.

É o caso, por exemplo, do PC do B, que desde 2003 controla o Ministério dos Esportes e utiliza seus programas para recrutar militantes. Outro exemplo é o PR – dono do Ministério dos Transportes, faz com ele sua política. O PP, por sua vez, é o senhor do Ministério das Cidades, pasta criada pelo PT, mas entregue ao aliado pela ajuda que tem dado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso.

Já o PDT se sente o próprio herdeiro de Getúlio Vargas com o Ministério do Trabalho, e o PSB tem como feudo o Ministério de Ciência e Tecnologia.

Domínio. Com muito mais poder – garantido por seu gigantismo, tanto no Congresso quanto nacionalmente -, o PMDB domina seis dos principais ministérios de Lula: Agricultura, Comunicações, Defesa, Integração Nacional, Minas e Energia e Saúde.

Para garantir esse naco, abriu mão da disputa pelo poder nas últimas três eleições. Desta vez, deverá compor a chapa, com a indicação do vice da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

“A pluralidade partidária brasileira é um blefe”, diz o deputado Paulo Delgado (PT-MG), apesar de 27 legendas estarem oficialmente registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “A maioria dos partidos é formada por legendas de composição e não de competição. Daí, a aversão pela disputa.”

Pesquisas. O cientista político Antonio Augusto de Queiroz concorda com Delgado. Diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Queiroz faz pesquisas e estudos sobre partidos e parlamentares desde antes da Constituinte de 1988.

“Percebe-se que à exceção dos que estão na disputa, os outros partidos não têm vocação para o poder”, avalia. “Quem quer se tornar grande luta numa eleição, em vez de aderir a outra legenda.” Na opinião de Queiroz, o que acontece no Brasil é ruim tanto para a democracia quanto para a renovação das ideias, visto que não surgem propostas com novas utopias.

Doutor em Ciência Política e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP), José Paulo Martins Júnior considera um exagero a existência de 27 partidos políticos. Alguns, diz ele, nem podem ser chamados de partidos.

“Boa parte é constituída por organizações que têm apenas o rótulo de partido.” Na opinião dele, somente uns 10 partidos têm algum peso. “E se olharmos melhor, nacionais existem o PMDB, o PT e o PSDB, sendo que este último, dos tucanos, depende em parte do parceiro DEM para se tornar nacional”, observa.

Segundo Martins Júnior, a disputa presidencial tende a levar à bipolarização. “Os que não conseguem entrar nesse seletíssimo grupo têm de gravitar em torno de quem está no poder.”



Leia também no VCN: