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Após polêmica com as barracas, Prefeitura de Salvador promove ‘arrastão’ contra o comércio ambulante

Correio

Batizada de “Ordem na Casa”, força-tarefa conta com 200 agentes, que fazem a ‘limpeza’ das praias.

O lema é Ordem na Casa e estava estampado em letras vermelhas nas camisas  utilizadas pelos cerca de 200 funcionários de diferentes órgãos da prefeitura. E a casa que deverá ficar em ordem será a orla marítima de Salvador. Uma força-tarefa   com agentes de fiscalização do município iniciou, por volta das 9h de ontem, nas praias soteropolitanas, uma operação “educativa e de conscientização do uso do espaço”, mas no trajeto avisaram: a partir de amanhã (hoje) somente poderão vender na praia barraqueiros que tinham licença da prefeitura. Os ambulantes que não possuem licença não poderão comercializar no local.

"Ação educativa" apreendeu e retirou carrinhos dos ambulantes

Chamados de “oportunistas” pelos agentes de fiscalização, os ambulantes foram  apontados como os principais responsáveis pela “bagunça” nas praias. A quantidade de lixo jogado na areia e os gatos de energia feitos são alguns dos problemas  apontados. No último domingo, o pintor Gleidson Santos chegou a ser hospitalizado após pisar descalço em um refletor instalado no calçadão de Jaguaribe. Ele recebeu uma carga de 220 volts.Um amigo quetambém passou pelo local estava calçado e sofreu um choque mais brando. Já no dia 5 de setembro, um cachorro morreu eletrocutado no mesmo trecho ao morder um fio desencapado.

Aliás, a arrumação da orla já chegou a ser chamada pelo prefeito João Henrique de   “choque de ordem”, mas talvez por esses últimos acontecimentos ganhou o nome de Ordem na Casa – sem a controversa palavra “choque”.

Bagunça

Ontem, os problemas enfrentados pelos banhistas ainda se repetiam em vários trechos da orla: buracos na calçada, fios desencapados, pedaços de concreto e  luminárias quebradas, além de lixo descartado. “Muita gente acha que são os barraqueiros que estão fazendo essa bagunça, mas são os ambulantes que  aproveitaram a retirada das barracas e invadiram o espaço. A partir de amanhã (hoje), quem não tiver licença,agente vai apreender o material”, afirmou o agente de fiscalização Paulo Sérgio Viana. “Os ambulantes são ex-garçons, atendentes e cozinheiras que se aproveitaram e invadiram as praias, mas quem deveria estar trabalhando no local são os próprios barraqueiros que já estavam antes”, reforçou a  também agente de fiscalização de prenome Rosane.

O secretário municipal de Serviços Públicos, Fábio Mota, acompanhou a operação e afirmou que inicialmente a ação teria um caráter apenas educativo. “É uma ação de múltiplos órgãos da prefeitura de Salvador no sentido de orientar as pessoas que  estão trabalhando na área”, disse. Porém, ao ser questionado pela reportagem sobre a situação dos ambulantes que não possuem licença, o secretário confirmou que eles não poderiam vender nas praias. “Se eles continuarem, a gente vai fazer uma ação repressiva”, disse Fábio Mota.

Representantes de órgãos da prefeitura como a Secretaria de Serviços Públicos (Sesp), a Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) e a SecretariaMunicipal dos Transportes e Infraestrutura (Setin)  percorreram um trecho da orla de Salvador que vai de Jardim de Alá até Itapuã. A operação contou ainda com o acompanhamento de policiais militares. “É uma operação de ordenamento da  orla marítima de Salvador. São vários órgãos numa força-tarefa para ordenar a casa”, diz o assessor especial do prefeito, Sóstenes Macêdo.

Reclamação

Em Piatã, o ambulante Carlos Alberto Santos reclamou da “ação educativa”  promovida pela prefeitura. “Eles já chegaram arrastando as mesas vazias sem nem dar um bom dia e disseram que era o procedimento da prefeitura”, contou. Após discutir com um dos fiscais, Carlos Alberto aceitou recolher as mesas e cadeiras vazias da areia da praia. “Eles disseram que estão fiscalizando e que só podemos colocar quando tiver clientes”.

Ainda em Piatã, a operação da prefeitura provocou  reações até de banhistas. “Eu estava consumindo quando um deles já chegou jogando as cadeiras. Eu não gostei e  reclamei”, disse Laila Ferreira Lopes, 30 anos, que costuma frequentar o local. Ela estava na tenda improvisada pela ambulante Shirley Ramos do Nascimento, 31, para vender água mineral e cerveja. “Estou querendo colocar meu negócio aqui para  sobreviver e eles (os agentes de fiscalização) disseram que só os antigos barraqueiros é que podem,mas tem que apresentar a licença dada pela prefeitura”, desabafou Shirley.

Por não ser dona de barraca e não ter licença, a ambulante Jéssica Sousa, 23, teve que sair da praia junto com familiares que a ajudavam a  vender pastéis. “Primeiro falaram para a gente que não é apropriado e que se amanhã (hoje) a gente colocasse, eles viriam para retirar. Mas, depois, voltaram e disseram que agente tinha que sair hoje (ontem) mesmo”. Jéssica admitiu que aproveitou que as barracas foram retiradas e passou a vender os pastéis na areia mesmo. “Antes, a gente ficava na calçada, mas depois passamos para a areia. Agora eles dizem que nem na calçada posso vender”, lamentou.

A operação Ordem na Casa terminou por volta das 13h na praia de Itapuã. Apesar  das ameaças por parte dos agentes de fiscalização, o secretário Fábio Mota garantiu que nenhum equipamento foi apreendido. Para hoje, está prevista a ação de “conscientização” na Estação da Lapa.

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