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“Pelegrino não consegue unir verdadeiramente o PT”, diz Geddel em entrevista

Tribuna da Bahia

Polêmico, o vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, Geddel Vieira Lima, começa 2012 fazendo uma análise dos governos João Henrique e Jaques Wagner e não poupa criticas a ninguém. Diz que o pré-candidato do PT, Nelson Pelegrino, não empolga e não une verdadeiramente `com amor` o partido. Diz acreditar na candidatura do radialista Mário Kertész, cita uma possível aliança com o PCdoB, em 2012, mas afirma que a sigla é respeitada, mesmo tendo o histórico de “na última hora sempre terminar se curvando ao puxão de orelha” dos petistas. Geddel cita também o chefe da Casa Civil, João Leão e o PP, além de afirmar que nenhum dos quatro pré-candidatos petistas em 2014 despontam com vantagem. “É tudo japonês”.

Tribuna – Como avalia hoje o governo João Henrique?
Geddel Vieira Lima – Eu acho que ele voltou a um período de quando ele se filiou ao PMDB. Uma gestão sem rumo, uma gestão sem projeto, uma gestão sem capacidade de fazer as coisas acontecerem, sair do papel. Basta você ver que a própria propaganda da Prefeitura demonstra isso. Todas as obras que eles apontam como feitas ou que estão sendo realizadas, e isso é inquestionável, é indesmentível (sic), são obras que eu realizei como ministro da Integração Nacional. Das que estão sendo realizadas veja aí Vasco da Gama, contenção de encostas, Vale do Canela, enfim. Todas são obras realizadas por nós. Portanto, voltou a ser uma prefeitura com profundas dificuldades de fazer seu serviço ser entendido pela sociedade e as pesquisas já passam a mostrar isso.

Tribuna – João Leão (chefe da Casa Civil da Prefeitura) e Mário Negromonte (ministro das Cidades) não têm conseguido ajudar a gestão?
Geddel – Eu acho que meu amigo Mário Negromonte terminou ficando um ministro fragilizado com essas notícias de toda hora ‘vai sair, vai sair, vai sair’ e ele não conta com o respaldo da presidente (Dilma Rousseff), o que dificulta seu trabalho. E Leão se especializou mais em fazer espuma. Anuncia uma série de coisas que não saem do papel, enfim. Acho que, efetivamente, quando João Henrique migrou para eles (para o PP) pensando que teria ao lado deles um novo Geddel, evidentemente que se você perguntar para ele e ele for sincero, vai se declarar decepcionado.

Tribuna – Você e o PMDB foram os responsáveis pela recondução de João Henrique em 2008. Como reagirão na campanha, quando, certamente, serão cobrados por isso?
Geddel – Nós não somos os responsáveis. Responsável foi a população, que deu a ele 700 mil votos. Nós fomos responsáveis pela recuperação da administração. Nós devolvemos credibilidade à gestão. E aí é importante deixar claro para quem ler: quem nos afastou foi João Henrique, com aquela postura dele permanentemente oportunista, aquela postura de menino maluquinho, como eu qualifiquei. Naquela época ele era conduzido por uma esposa (a deputada estadual Maria Luiza Orge). Hoje já não é mais a mesma esposa. Mas, enfim, quem nos afastou da administração e nos tirou a possibilidade de continuar trabalhando verdadeiramente por Salvador foi João Henrique. Portanto, como é que nós reagiremos? Com a maior tranquilidade. Mostraremos que quando tivemos na prefeitura, nós cumprimos nosso papel, nós realizamos. Isso não é versão, isso é fato amplamente documentado. Nós fizemos com que ele recuperasse a credibilidade e conquistasse a reeleição na base do trabalho, para mostrar que quando se quer, quando se tem vontade, se realiza. O rumo que a Prefeitura tomou depois que ele nos tirou da gestão é o que vocês estão vendo.

Tribuna – Acha que ACM Neto poderá ser cobrado também por fazer parte ainda da gestão municipal?
Geddel – Aí só você perguntando ao deputado ACM Neto. O que eu posso dizer é que todo político deve e tem que ser cobrado e tem que dar suas exposições e suas explicações com clareza. E a sociedade é o juiz final de tudo isso. A nossa posição é clara. Nós apoiamos a reeleição de João Henrique e a viabilizamos, eu insisto, com trabalho, com resultado reconhecido pela sociedade. Quando ele nos afastou da prefeitura, naquilo que ficou conhecido por muitos como uma felonia brutal, a prefeitura entrou no ritmo anterior à nossa gestão. Nós, portanto, não temos que ser cobrados. Quem tem a responsabilidade, quem tinha a responsabilidade de viabilizar como nós fizemos, agora, é o PT, que está no colo de João Henrique, é a parceria que ele anunciou com o governo do Estado. Cadê o resultado dessa parceria? Cadê uma obra? Cadê um recurso transferido? Cadê a coisa viável? Não a da propaganda da TV, mas a que as pessoas vejam. Nada. Só discurso, só lero lero.

Tribuna – O que levou o PMDB a orientar a bancada a não votar os projetos do Executivo na Câmara?
Geddel – A noção de responsabilidade. É impossível você aceitar que a Câmara de Salvador prorrogue seu período para votar, por exemplo, um projeto de mobilidade urbana que hoje, nós estamos falando aqui, gravando essa entrevista quinta-feira (29) às 13h35, e até agora o projeto não chegou na Casa. Como é que vai votar isso? Chega agora e vota daqui a dez minutos? Isso é imoral. E o PMDB orientou nessa direção porque os vereadores sabem o que estão votando, do ponto de vista da especulação imobiliária, do ponto de vista dos legítimos interesses empresariais, dos legítimos interesses buscarem seu financiamento de campanha. O que é ilegítimo é colocar esses interesses acima dos legítimos e verdadeiros interesses da cidade, que se manifestam através do debate, da clareza, da participação da sociedade. A partir daí se vota. Contra ou a favor, se vota. Nós preferimos preservar e mostrar que o PMDB, ainda que não possa evitar a votação, tem a posição clara em relação a esses projetos e a posição relação é pela clareza, pelo debate, pela nitidez e não pela votação com afogadilho.

Tribuna – E as críticas de que estariam contrários à cidade?
Geddel – O PMDB não vai ficar refém dessa chantagem de que quem vota contra projetos supostamente favorecedores da Copa (do Mundo 2014) vota contra a cidade. Essa chantagem não cola com a gente. Não tem um bilhão (de reais) nenhum para ser devolvido em relação ao metrô da Paralela. Cadê o dinheiro? Cadê o extrato (bancário) que entrou dinheiro e que se não votar a matéria vai ter que ser devolvido? Isso é conversa para boi dormir. Nós temos é que debater a cidade, debater o que está acontecendo, para que as decisões sejam do real interesse da sociedade, e não essa coisa de afogadilho em nome da Copa. A Copa não pode se transformar em guarda-chuva para acobertar outros interesses que não são os interesses públicos.

Tribuna – Você acha que a população não foi privilegiada na definição desses projetos?

Geddel – Você é um jornalista informado, competente, uma pessoa atualizada. Se eu lhe fizer três ou quatro perguntas sobre o mérito desse processo você saberá responder? Você não sabe. E a maioria dos vereadores não sabe e a sociedade não sabe. O que nós estamos ouvindo é que estão loteando a cidade, entregando ilhas, tirando a autonomia de Salvador, delegando ao Estado autonomias que antes eram de Salvador e isso não pode ser feito de afogadilho, nas cafuas e nos pés de escada. As decisões, certas ou erradas, têm que ser tomadas com amplo conhecimento. É isso que o PMDB está reivindicando.

Tribuna – O PMDB vai conseguir formar uma chapa única com as oposições em 2012 ou uma aliança com o PCdoB?
Geddel – Eu parto de um pré suposto, um partido como o PMDB, que quer apresentar e vai apresentar um projeto em 2014, que deseja apresentar um projeto alternativo ao que está aí, ele tem que tentar viabilizar candidaturas próprias no maior número de cidades. Acontece que se eu disser que nós só estamos dispostos a receber apoio e não apoiar, eu deixaria de ser PMDB e passaria a ser PT. É evidente que nós temos que estar dispostos a ir em cima de projetos, de clareza de propostas, de um compromisso nítido de apoiar também. Agora, creio, estou convencido disso, que a candidatura de Mário Kertész que o PMDB apresenta é aquela que neste momento reúne as melhores condições circunstanciais para formar uma ampla aliança. Com todo o respeito que tenho à legitimidade de outras postulações, como a do deputado ACM Neto (DEM), Antônio Imbassahy (PSDB) e tantos outros. Eu acho que vai prevalecer a maturidade e acho que, com um nome que neste momento, em 2012, deve ser o nome do PMDB, deve ser o nome de Mário Kertész.

Tribuna – Qual o deadline pra Mario se definir e o que balizará esse processo? Pesquisas?
Geddel – No meu sentimento, essa definição já está pronta na cabeça de Mário. O momento político, e é no que eu estou trabalhando, é no mais tardar logo depois do carnaval. Ficaram abertas no governo do ex-presidente Lula (PT) e que continuam no governo da presidente Dilma. Pernambuco é um estado que nos causa inveja e isso não é uma questão geográfica, é uma questão de gestão, é uma questão de estilo. E é isso que eu vou tentar viabilizar, um projeto alternativo, e quem quer um projeto alternativo tem que ser generoso, tem que ter tamanho, tem que ter dimensão. Não ser empecilho. Tem que ter caminho para a solução. É assim que o PMDB vai se comportar.

Tribuna – A candidatura de Nelson Pelegrino (PT) não decola. Por que tanta dificuldade para engrenar?
Geddel – Primeiro porque eu acho que as pessoas começam a ver que não se pode ganhar eleição sustentado apenas no discurso vazio de que para você ser um bom prefeito, um bom homem público, você tem que ser do mesmo partido do governador e do presidente da República. Dizer isso, repetir essa estratégia do passado, é você apequenar o presidente da República e apequenar o governador, seja ele quem for, admitindo que seriam capazes de descriminar uma população por conta de sua alternativa, de sua opção política. E segundo, porque as pessoas começam a ver que hegemonia não é bom para ninguém, acomoda. Essa história de tudo ser PT, tudo ser PT não é bom. Nós já vimos isso na Bahia e já vimos que isso não é bom. Além disso, tem as dificuldades naturais de Pelegrino que, independentemente de ser uma boa pessoa, uma boa figura humana, já perdeu três eleições, nunca conseguiu unir verdadeiramente com amor o seu partido, mostrando à cidade que não é uma alternativa real para comandá-la.

Tribuna – Acredita que Alice Portugal (PCdoB) sustenta sua candidatura com apoio dos outros partidos da base ou eles vão ser obrigados a recuar?
Geddel – O PCdoB é um partido respeitado, mas na última hora sempre termina se curvando ao puxão de orelha do PT. Mas se Alice, que é um quadro valoroso, mantiver a candidatura dela e for para valer… Eu acho que as conversas têm sido tratadas com o presidente (do PMDB na Bahia) Lúcio Vieira Lima podem evoluir dentro de um contexto maior de um projeto alternativo. Mas essa é uma questão interna do PCdoB. Nos cabe aguardar a sua definição para levar adiante ou não as conversas que foram iniciadas pelo presidente Lúcio.

Tribuna – E a disputa de 2014? Qual o cenário que o senhor visualiza?
Geddel – Em primeiro lugar, deixe eu dizer uma coisa clara. Como homem público da Bahia, eu disputei uma eleição para o governo do Estado e tive mais de um milhão de votos, apesar de todas as dificuldades, entre as quais, o fato dos dois palanques não poder ter sido cumprido. É evidente que aquilo fragilizou a nossa eleição e é evidente que por isso que eu digo sempre que perdi a eleição para o Lula e não para o Wagner. Eu acho que o governo entra num processo de desgaste, Wagner não poderá mais ser candidato, essa base heterogênea, o vice-governador (Otto Alencar – PSD) com legítimas ambições, quatro candidatos dentro do partido dele (de Jaques Wagner), agora vem mais um, que é o candidato do coração dele, que é o deputado Rui Costa, que vai assumir uma posição importante. A tendência é de que eles se esfacelem. O que é que nós vamos fazer? Eu, pessoalmente, e o PMDB? Vamos continuar fazendo nossa crítica objetiva a um governo no qual nós deixamos de acreditar, pela incapacidade de essa gestão possibilitar um desenvolvimento mais rápido para a Bahia, fazer as manifestações claras dos nossos objetivos, do que propomos como solução para a saúde, segurança pública, educação, atração de investimentos, interiorização de investimentos. E vamos esperar que a sociedade nos reconheça e nos veja como uma alternativa do que aí está. Mas aí eu faço um parêntese para lhe dizer: é legítimo esse pleito? É. Agora, é uma obsessão? Não. Só os doidos têm ideia fixa. Eu tenho certamente alguns defeitos, mas não sou doido.

Tribuna – Quem no PT tem mais possibilidade de se viabilizar?
Geddel – Eu acho que, do jeito que está ali, é tudo japonês. Não vejo nenhum nome que possa despontar como favorito. Sinceramente, acho que é tudo japonês e acho que o desgaste da administração Wagner, que começa a ser vista pela Bahia apenas como uma administração imaterial, vai ser problemática para o candidato que eventualmente ela venha apoiar.

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