Último Segundo
O ajudante de obras Alexandro dos Santos se abrigou no elevador quando percebeu que prédio ruía.
“Quando a porta do elevador se abriu, saí e vi o prédio se desfarelando”, relatou o ajudante de obras, Alexandro dos Santos, de 31 anos. O relato foi feito na porta do Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio, para onde ele foi socorrido após passar cerca de 1h30 dentro de um elevador do prédio número 44, da Rua Treze de Maio, que desabou na noite dessa quarta-feira (25).
Santos havia acabado de subir para o 9° andar, onde trabalha em uma obra no turno da noite. Eram 20h30, quando ele saiu do elevador e sentiu o prédio tremer e rebocos despencarem. “No instinto, resolvi voltar. Foi o que me salvou. O elevador entrou em queda livre e fiquei preso no 3° andar, eu acho. A sorte foi o meu celular, liguei para um amigo que estava na rua e pedi ajuda”, disse ao iG.
O amigo, que estava no térreo, avisou aos bombeiros que Santos estava preso no elevador. Em ligações que ocorriam de 10 em 10 minutos, o amigo dizia que a ajuda estava a caminho. “Fiquei muito calmo o tempo todo, por causa dessa ajuda. Passou um filme na minha cabeça, mas a primeira coisa que pensei foi na minha família. Eu não tenho a mínima ideia se iria viver ou morrer”, afirmou.
Após 1h30 de agonia, os bombeiros conseguiram chegar até o elevador e o resgataram. “Quando saí, olhei pra cima e não vi nada. Os dois prédios sumiram. Agora tenho que comemorar dois aniversários, porque faço aniversário no dia 13 de fevereiro. Tenho que comemorar dia 13 e ontem, porque nasci de novo”, disse, abraçado à mãe, dona Ioneida da Silva Fonseca, uma senhora de 60 anos, mãe de quatro filhos. “Tenho que comemorar muito. Meu filho nasceu de novo, não dormi a noite toda orando por ele. Ele saiu sem ferimento nenhum”, disse, emocionada.