Grandes atrações nacionais agitam festival de Vitória da Conquista

iBahia

Com investimento de R$ 5 milhões e geração de 1,5 mil empregos, o 8º Festival de Inverno Bahia agita Vitória da Conquista de sexta-feira a domingo.

Pelo oitavo ano, o Festival de Inverno Bahia vai animar a cidade de Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano. A edição deste ano, de sexta a domingo, recebe nove atrações no palco principal do Parque de Exposições Teopompo de Almeida.

Na primeira noite, Pitty e o guitarrista Martin apresentam o projeto Agridoce. A MPB de Seu Jorge e o axé da Jammil fecham o primeiro dia. O sábado terá Maria Gadú, que vai dividir as atenções com duas bandas veteranas do pop/rock nacional: Capital Inicial e Biquini Cavadão. A mistura é a marca da noite de encerramento: o pop de Leoni estará no palco por onde mais tarde passarão o romantismo de Jorge & Mateus e o axé da Asa de Águia, comandada por Durval Lelys.

Essa salada de ritmos pode parecer estranha a um festival que começou marcado originalmente pelo pop/rock e aos poucos se transformou. Mas para Bernardo Araujo, diretor de entretenimento da Icontent – empresa que realiza o festival em parceria com a TV Sudoeste -, a mistura é benéfica e não vai descaracterizar o evento: “Rotular festival de música com um estilo não é correto. As tendências são o pop/rock, a MPB ou um samba mais conceituado. Mas estamos abertos a outros ritmos. Por exemplo, o sertanejo de Jorge & Mateus atende o perfil do público do festival”.

Economia

O Festival de Inverno, que acontece anualmente desde 2005, teve nesta edição um investimento de R$ 5 milhões e vai gerar cerca de 1,5 mil empregos diretos e indiretos. O movimento turístico também aumenta expressivamente nessa época: “Vai gente de Minas Gerais, Espírito Santo e muita gente de Salvador, claro. Seguramente, é o principal evento musical do interior do estado”, assegura Araujo. “A ocupação de hotéis e pousadas se aproxima de 100%. Conquista recebe turistas dos mais diversos estados”,completa.

Leda Abadia de Ávila, proprietária do Cafezal Palace Hotel há 15 anos, confirma: “Temos 96 leitos e todos estão ocupados. As reservas se esgotaram na semana passada. Tanto em 2011 como agora em 2012, chegamos a 100% de ocupação. O Festival de Inverno é hoje um dos períodos de maior movimento turístico na cidade”.

O cantor Durval Lelys, que estreia no evento, reconhece a importância de um evento como este para o interior baiano: “Esses festivais são fantásticos, porque levam, para os municípios, grandes atrações que estabelecem uma maior aproximação com o público e, além disso, aumentam a economia local. O Festival de Inverno é o maior festival de música do interior do Nordeste e faz a diferença com a sua diversidade musical”.

Mistura boa

Durval elogia a programação e celebra a diversidade: “Sempre fui adepto das misturas de ritmos. Leoni é um grande cantor e compositor e Jorge & Mateus são meus parceiros e queridos amigos. Já tocamos em vários eventos pelo país, inclusive no Carnaval – Como não poderia ser legal essa mistura?”

A cidade também traz boas recordações para Durval e banda: “Conquista é uma terra que sempre nos acolheu desde o início da carreira, é um prazer muito grande toda vez que tocamos lá. O astral da galera, o clima da cidade, tudo isso nos contagia. Inclusive nossa primeira Trivela junina foi lá”, conta.

Comemorando os 25 anos do Asa, o repertório da apresentação será baseado no DVD que celebra o aniversário do grupo. Portanto, os fãs devem se preparar para ouvir sucessos como Take it Easy, Com Amor e Não Tem Lua. Mas, quem espera novidades pode ficar tranquilo, pois Durval garante que músicas inéditas também estão no repertório.

Outra atração baiana é o Agridoce. O projeto paralelo de Pitty, em dueto Martin, músico de sua banda, tem rendido muitos elogios do público e da crítica. Tanto é que foi indicado a cinco prêmios no Video Music Brasil (VMB) 2012, promovido pela MTV. São indicações em categorias importantes como disco, banda e hit do ano.

O Agridoce, que nasceu sem maiores pretensões, acabou agradando ao público mais que os criadores pensavam: “A coisa foi crescendo e quando vimos já tinha disco, shows pra fazer e divulgação. E era só um passatempo… Foi mais do que a gente esperava, mas foi uma surpresa tão boa que deixamos rolar”, diz Pitty.

Ela conta que no show, além do repertório do disco, tem um lado B, coisas que não entraram no álbum. “Além da versão dos Smiths, que está no disco, costumamos tocar La Javanaise (Gainsbourg) e Lágrimas Pretas (3 Na Massa), mas não sei qual dessas faremos no festival porque estamos sempre testando alguma coisa”, completa.

Em relação à carreira solo, Pitty diz que, por enquanto, não há planos concretos sobre ela: “Eu vou deixando rolar, e penso em gravar disco novo, mas ainda não sei exatamente quando. Tô naquela fase de brainstorm, de deixar as ideias e vontades irem aparecendo e compilando isso tudo internamente. Quando sentir que tenho munição novamente, haverá um disco”.

Atrações locais

Além do palco principal, o festival conta com os espaços Barracão Universitário e Tenda Eletrônica, voltados para atrações regionais. O primeiro terá muito forró, sertanejo universitário e arrocha, com atrações como Edd Bala, Banda Bala na Agulha e Kart Love.

“Na Tenda e no Barracão, fazemos questão de priorizar atrações locais. Precisamos desenvolver o mercado local e estimular a cultura regional. Este é um dos papéis de um veículo de comunicação como a TV Sudoeste, que realiza o evento com a Icontent”, afirma Bernardo Araujo.