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Viciado em crack amarrado por sobrinha está internado no Roberto Santos, em Salvador

tv sudoeste bahiaRede Bahia | G1

Sara Santos disse que ele está em uma maca no corredor do hospital. Homem foi preso em estrutura para que não fugisse e não recebesse ajuda.

O usuário de drogas que foi amarrado pela sobrinha, na segunda-feira (26), em uma passarela na Avenida Bonocô, em Salvador, ainda não recebeu atendimento especializado até esta terça-feira (27).

A informação foi confirmada por Sara Silva, sobrinha dele. Sara conta que o tio foi levado do Quinto Centro de Saúde, situado na Avenida Centenário, para o Hospital Roberto Santos, no Cabula.

Segundo ela, o tio está nesta terça-feira (27) em uma maca no corredor da emergência da unidade de saúde. Ele já se alimentou e foi medicado.”Teve um momento de agitação dele cair da maca. Ainda ontem [segunda-feira] um médico deu uma olhada na ferida, prescreveu mais uma medicação para permanecer em um estágio de calmaria”, lembra a sobrinha.

Sara relata que o tio foi adotado pela avó dela aos oito meses de vida e que é viciado em drogas desde os 13 anos de idade. Para ela, as pessoas têm que se envolver em mais casos como esse. “O que precisa é uma contrapartida de todas as partes, onde um envolvimento pode dar não só a ele uma nova esperança de vida, mas a muitos que estão nas ruas nas mesmas situações que ele”, aponta.

Esdras Moreira (Foto: Reprodução / TV Bahia)Especialista

Para o psiquiatra Esdras Moreira, do Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (Cetad), da Universidade Federal da Bahia (Ufba), casos que envolvem drogas e problemas psicológicos são comuns. Segundo ele, amarrar o paciente não seria a melhor forma de ligar com a situação, mas o ato de desespero de algumas famílias é compreensível.

“Hoje em dia a gente vê se repetindo isso pela inexistência de uma rede, de uma organização que trate a saúde mental de forma adequada. Precisa-se de internamento como qualquer doença. Se você tem uma intensidade, uma complexidade, uma gravidade muito grande, precisa de um internamento que seja de uma semana, de duas, três semanas, para avaliar clinicamente esse paciente, fazer um diagnóstico, organizar um plano terapeutico e fazer os encaminhamentos necessários. Só que nos casos mais graves, quando precisamos de internamento, nós não temos. Não temos aonde encaminhar um paciente dependente químico. E se esse dependente químico tiver uma doença mental associada, que é muito comum, nós não temos para onde encaminhar para o internamento adequado. Nós vemos isso acontecer o dia inteiro”, afirma o psiquiatra.

Unidades de saúde

A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que existem em Salvador algumas unidade de saúde que prestam atendimento específico aos usuários de drogas. No entanto, elas não oferecem internação. O Ponto de Encontro – Centro de Convivência AD é um desses serviços. O projeto funciona há um ano na Ladeira do Boqueirão, no bairro Santo Antônio Além do Carmo. De acordo com a Sesab, por mês são atendidas 1,2 mil pessoas na unidade.

Também está disponível o atendimento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas – Gregório de Matos (CAPSad), que funciona no antigo prédio da Faculdade de Medicina da Ufba, no Terreiro de Jesus. Também existem outros dois Caps na capital baiana. Um no bairro de Águas Claras e outro em Pernambués. Em relação ao atendimento psiquiátrico, há o Hospital Especializado Mário Leal, que fica no bairro do IAPI, e o Hospital Juliano Moreira, em Narandiba.

O caso

Sara Silva estava indo até uma clínica médica quando avistou o tio, por volta das 13h30 de segunda-feira. Para prendê-lo na estrutura de uma passarela, onde também há um ponto de ônibus, pediu ajuda para duas pessoas desconhecidas, uma delas conseguiu a corda. Emocionada, ela conta que a avó, hoje com 90 anos, aguarda até hoje o retorno do filho adotivo à casa, localizada na cidade de Senhor do Bonfim, interior baiano, de onde fugiu há dois anos.

O rapaz, de 26 anos, já foi internado cinco vezes. “Eu estou aqui sem saber o que eu faço. Minha avó tem 90 anos, espera que ele volte para casa, que volte bem, bem como ele era antes. Ele perdeu toda a juventude por conta de uma droga. As pessoas olham assim e pensam que é uma pessoa qualquer, que é um lixo”, desabafa. Sara Silva explica que, há um mês, a família soube que ele estava em Salvador.

“A gente desceu correndo atrás dele. Eles conseguiram derrubá-lo e amarrá-lo aqui. Na hora que eu o vi, foi um impacto, porque a gente sempre se lembra dele. Quando o vi daquele jeito, sujo e ferido, ainda com droga na mão… É triste porque tudo que a gente queria era vê-lo bem e não nesse estado”, relata. O rapaz ficou amarrado no fim da tarde, quando o Samu chegou para atendê-lo. Ele estava com ferimentos nas pernas e na cabeça. O rapaz foi levado para o Hospital Especializado Mário Leal, onde recebeu medicamento para se acalmar, mas não foi atendido por falta de vaga. Em seguida, ele foi para o Quinto Centro de Saúde.

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