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“Só com o INSS, o Bahia deve R$ 10 milhões”, diz Fernando Schmidt


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Presidente do Bahia recebe equipe em casa e revela que dinheiro da venda de Gabriel não está no clube. Souza e influência política também são pauta.

Um semblante que contrasta com a situação da instituição pela qual se tornou responsável. Aparência tranquila, voz que não se exalta, sorriso no rosto em momentos determinados e traços de preocupação em outros. Assim mostrou-se o presidente do Bahia, Fernando Schmidt, na manhã da última sexta-feira.

O mandatário eleito pelos sócios do clube no último dia 7 de setembro abriu as portas de sua casa à reportagem para falar sobre os próximos passos de sua gestão e a respeito do turbilhão provocado pela divulgação do relatório da auditoria realizada na agremiação. Confira abaixo a entrevista completa com o presidente do Bahia, Fernando Schmidt:

O lar, um apartamento pequeno, simples. Nada que venha à mente quando se pensa na casa do presidente de um clube do tamanho do Bahia. Livros e DVD’s se enfileiram pelas estantes muito bem organizadas do imóvel. Em um ambiente arrumado, Schmidt se senta para conversar com a reportagem. Apesar do momento conturbado do clube que se ergue diante dele, a serenidade reina. Tranquilo, o presidente revela o motivo de tamanha placidez.

– Teve uma cena que me tocou bastante no aeroporto. Estava voltando de São Paulo, o voo atrasou e cheguei em Salvador quase às duas da manhã. No desembarque, um torcedor que nem conheço veio falar comigo, me parabenizou pelo resultado da eleição. Agradeci e disse que agora começava o desafio, que a situação do clube era complicada. Mas ele me olhou e falou: “Presidente, fica tranquilo. Você não está sozinho” – contou.

E é contando com essa companhia que Schmidt pretende reerguer o Bahia. Em cerca de uma hora de conversa, o presidente delineou o trajeto que pretende traçar no comando do clube, no mandato previsto para terminar em dezembro de 2014. Entre seus planos, estão o aumento no número de sócios do Esquadrão e até a abertura de uma conta para que os torcedores possam contribuir para aumentar os fundos da agremiação.

Fernando Schmidt, presidente do Bahia (Foto: Thiago Pereira)Projetos para aumentar a renda, renegociação do acordo com a Arena Fonte Nova, paradeiro do dinheiro ganho pelo Bahia com a venda do meia Gabriel… Schmidt não se esquiva. Disposto a “dar a cara para bater”, o dirigente defende ingressos mais baratos nas partidas realizadas no estádio baiano e opina sobre o futebol e suas polêmicas:

– É preciso saber se ele está nos planos. Se não estiver, por que vamos mantê-lo dentro de uma situação que só causa despesa? Quero ouvir a opinião da comissão técnica – afirmou ao ser questionado sobre uma possível dispensa do atacante Souza.

Entre os tópicos, o presidente não se furtou em revelar que pretende, sim, contar com o apoio de políticos para tirar o Bahia da crise que foi apontada pela auditoria da empresa Performance. Entre uma explicação e outra, o aviso para quebrar o gelo: – Estou com a voz meio rouca. Acho que já dei mais entrevistas do que participei de debates. – Confira abaixo a entrevista completa com o presidente do Bahia, Fernando Schmidt:

Com todo esse turbilhão mostrado pela auditoria, o senhor tem conseguido dormir direito à noite?
Dá para ter uma noite tranquila de sono, principalmente quando se está com a consciência tranquila. A noite fica prejudicada. Porque, por mais que todos nós esperássemos encontrar uma situação difícil, ela tem se revelado altamente preocupante, sobretudo com o relatório da auditoria, que não é o final. Existem claros indícios de gestão temerária e possivelmente fraudulenta que precisam ser rigorosamente apurados. É o que nos vamos fazer em conjunto com o Ministério Público e o Ministério Público Federal.

O que mais chamou sua atenção no relatório da auditoria?
Vários pontos anunciados causam estranhamento. O pior deles é a apropriação indébita. Foram retidos parte dos salários para pagamento do INNS e não foram recolhidos. Isso precisa ser apurado até o fim para se ter a exata dimensão do problema. Nesses casos, e em outros de gestão temerária, o gestor responde com seu patrimônio.

O que pode acontecer nestes casos?
Os ex-dirigentes podem ser condenados a devolver tudo aquilo que lesou o patrimônio da nação tricolor. Não hesitaremos em tomar todas as medidas necessárias. É o que a torcida quer. Não sei se pode resultar em prisão. Depende da condução do Ministério Público. Essa não é a primeira iniciativa do MP para examinar essa situação. Existem ações em curso tanto no MP quanto no MPF, que certamente serão apreciadas pelo Judiciário para que tenhamos um resultado definitivo a respeito da responsabilização e devolução dos recursos que o Bahia teria sido lesado.

Fernando Schmidt, presidente do Bahia (Foto: Thiago Pereira)Quanto o Bahia deve em INSS, FGTS, etc?
Não tenho nem o total do valor. Isso vai a mais de R$ 10 milhões. Isso se soma com a prática de sequer recolher o INSS, FGTS. Só fazê-lo quando um jogador ameaça ir embora, ter o passe livre. E todo o investimento do Bahia é perdido. Outra coisa que chama atenção é a forma como era a gestão financeira do Bahia. Você tem uma enorme quantidade de cheques ao portador, pagamento em dinheiro, sem recibos, sem nota fiscal, sem saber qual serviço foi prestado, se é que foi prestado algum. Igualmente grave é que envolve uma série de empresas que são de propriedade de ex-dirigentes do Esporte Clube Bahia. Há uma enorme promiscuidade envolvendo a antiga gestão do Bahia e essas empresas. Isso precisa ser apurado e punido, se comprovado.

Como gerir um clube com tantos problemas financeiros?
A fórmula não é complicada. Temos que trabalhar dentro de um regime democrático com transparência e profissionalismo. Planejamento era palavrão dentro do Bahia. As coisas eram feitas sem planejamento e propósitos. Quando se faz sem planejamento, você não mexe com a transparência e uma série de irregularidades é registrada. Quando há planejamento, começa a ver as despesas, quanto pode gastar… Vamos estabelecer medidas contra o desperdício e estabelecer novas fontes de receita para ajudar a gerir a situação atual. No ano de 2013, não vou ter muitas opções para sanar a situação do Bahia. Vamos iniciar 2014 para que o projeto de aumento de número de sócios aumente. A receita do Bahia era zero [com o programa de sócios], e hoje temos mais de R$ 600 mil [de renda proveniente do programa de sócios]. À medida que fidelizemos o sócio, possamos ter outras fontes de receita. O Internacional hoje pode pagar a folha com os sócios. Por que não o Bahia?

Não tem como aumentar a renda que vem de patrocínios?
Hoje só temos a possibilidade, nessa questão de receita proveniente de patrocínio, de recorrer à renegociação do contrato com a Fonte Nova. Os outros foram todos antecipados. Na segunda, vamos ter um contato com a Fonte Nova para mostrar as mudanças que podem ser feitas nesse sentido. O contrato só é bom quando é bom para as duas partes. Quando é bom para uma parte, não produz os resultados e não beneficia os dois. O Bahia recebe uma parte fixa pelo mando de campo e uma parte móvel pelo número de torcedores. Se começarmos a trabalhar com uma Fonte Nova cheia, e não como está hoje… Está vazia, como estão revelando os borderôs, e isso é ruim para todo mundo. Quando tem a casa cheia, ganha o Bahia e também a Arena Fonte Nova. Essa parte móvel é dividida. Para isso, é preciso reduzir o valor do ingresso, o que possibilita o torcedor a comparecer em maior número. Desde o jogo contra o Náutico, a interventoria já começou a fazer uma experiência no terceiro anel, que vivia vazio. Quando reduziu o preço do ingresso, começou a aparecer gente. Queremos que os torcedores que são sócios recebam vantagem no valor do ingresso e todos os serviços conexos, bar, estacionamento, que precisam ter custos mais baratos para atrair público aos estádios. Seguramente vamos ter, até dezembro, um ingresso de receita adicional que não vai resolver todos os problemas. Mas eu não tenho dúvida de que vai haver um acordo. É o que disse há pouco. Quando você negocia no jogo do ganha-ganha, tudo termina bem. Vamos contestar os valores passados ao Bahia e também novas mudanças de regra que permitam trabalhar com um público de 100%.

E se não houver acordo com a Arena?
Prefiro trabalhar com a hipótese de que haverá acordo. Se não acontecer, vamos ter que buscar outras opções para 2014. Não é não jogar na Fonte Nova. O Bahia já assinou contrato na Fonte Nova. Não é por aí. Temos condições de estabelecer bases para uma nova parceria, que efetivamente contemple os interesses da Arena e do Bahia.

O que houve na venda de Gabriel? O dinheiro da transação chegou ao Bahia?
Esta é uma das coisas que precisam ser mais bem investigadas. O Flamengo diz que não tem dívida com o Bahia. Disse aqui, no jogo Bahia x Flamengo. O interventor conversou com eles. Esses seis milhões não estão no clube. É um dinheiro-fantasma, circulante, não sei onde está. As explicações que foram dadas não foram convincentes. Precisamos proceder com a investigação sobre outros casos, como o passível trabalhista. Sabemos que existem 160 ações contra o Bahia. Quanto vale, quais são as pessoas, ninguém sabe. O Flamengo já começou a prestar informações. A menos que tenha alguma irregularidade nessa transação que o atinja… Mas não me aprece que chegou a esse nível de cumplicidade. Mas que alguma coisa está errada do lado de cá, não tenho dúvida. O dinheiro, procura-se.

Torcida do Bahia (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia)Após esta auditoria, o que a administração vai fazer para dar continuidade ao processo?
Pelo próprio estatuto, terá que haver uma auditoria independente e permanente. Não só a minha gestão. Vamos contratar serviços de auditoria para cumprir os estatutos. Vamos prosseguir com a auditoria para que possam continuar a investigação e obter dados que não foram obtidos. Isso independente da ação do MP, inclusive com novas auditorias. Não estamos preocupados só com essa varredura. Estamos pensando no futuro também. Uma das primeiras medidas que vamos tomar quando reunirmos o Conselho, no próximo sábado, será a criação de uma ouvidoria geral para ser o órgão de comunicação entre o torcedor e a direção. Para governarmos juntos. O Bahia não pode continuar na contramão do que existe no mundo. O mundo quer mais compartilhamento no que se refere à gestão, e nós estamos no caminho oposto. Isso vai acabar. Da mesma forma que fomos o primeiro clube a fazer eleições diretas, vamos ser o clube a dar plenas condições da lei de acesso à informação nos clubes brasileiros. É bobagem dizer que clube é privado e não presta conta a ninguém. Clube é entidade pública não estatal e tem que prestar contas, até por usar dinheiro público.

A assembleia do dia 17 de agosto aprovou mudanças no estatuto que dizem respeito às características do cargo de presidente do Bahia. Já foi definida a sua remuneração?
Foi aprovado o princípio da profissionalização e dedicação exclusiva. Não foi definido valor. Compete ao Conselho deliberar, entre outras coisas, sobre o salário para presidente, vice e diretores. É uma hipocrisia muito grande dizer que vai trabalhar como abnegado tendo que largar tudo. Você precisa ser remunerado, como são os presidentes de empresas. Tem que ser compatível com a realidade do clube. Prefiro ouvir o Conselho. Nesse momento, mais importante do que fixar uma remuneração é como ela será utilizada enquanto o Bahia estiver na situação em que ele vive. Quando foi decretada a intervenção, o juiz havia determinado R$ 60 mil por mês. Acho que valeu para aquele momento. Mas acho que é uma remuneração fora da realidade do Bahia. Tanto nesse presente momento quanto no futuro. Vamos ver o que os conselheiros dizem.

O que o senhor pretende mudar no departamento de futebol?
Muito difícil de dar uma resposta. Não me move um projeto de caça às bruxas ou governar olhando o retrovisor nem reinventar a roda. Coisas estão dando certo. O trabalho do Cristóvão não estava dando errado. O Bahia, no primeiro turno, teve situação que há muito tempo não vivia. Dizer que esse trabalho será abandonado é uma bobagem. Vamos reforçar esse trabalho para produzir melhores frutos do que produziu no primeiro turno.

Cristóvão continua até o fim do ano?
Creio que sim. O trabalho dele merece nossa confiança. Da torcida. De todos os contatos que fiz, não vi nenhuma crítica em relação a ele. Pode até discordar de determinadas movimentações. E Cristóvão é uma pessoa cordata o suficiente para ouvir essas críticas e fazer ajustes necessários quando eles forem oportunos. Não serei um presidente que vai distribuir camisa em vestiário. Quem faz isso é o treinador. Vou conversar com ele, assim como o departamento de futebol vai, para manifestar para ele ideias, preocupações, sugestões, que ele vai acolher ou não. Fica até o fim do ano e, se depender de mim, fica até o final do ano que vem.

Fernando Schmidt, presidente do Bahia (Foto: Thiago Pereira)Recentemente, Souza se manifestou em redes sociais pedindo a volta do ex-presidente Marcelo Guimarães Filho. O jogador fica no Bahia?
Menos em favor de eventuais declarações que ele tenha dado em favor do presidente. É preciso saber se ele está nos planos. Se não estiver, por que vamos mantê-lo dentro de uma situação que só causa despesa? Quero ouvir a opinião da comissão técnica. Quero ouvir também não só a opinião sobre o Souza, dentro de campo e fora de campo, mas de outros jogadores. Não vamos tomar atitudes precipitadas. À medida que o treinador fale que A, B ou C não estão nos planos, vamos tirá-los de nossa folha com alternativas. Permuta, venda. É um fator de diminuir despesas e conquistar recursos. Souza teve altos e baixos nesse período. Não faria uma avaliação precipitada. Relação custo-benefício tem que ser favorável ao Bahia. Não pode ser só custo, tem que ser benefício também. Chegou pela imprensa a informação de que o Sport estaria interessado nele. Não chegou para a gente. Mas, se chegar, vamos analisar. Vamos procurar defender os interesses do Bahia. Se tiver que facilitar, permitindo que o jogador leve consigo tudo que tem direito até o final do contrato, o Bahia sai prejudicado. Mas nada impede que haja um consenso, um denominador comum.

Quantos jogadores o senhor pretende contratar?
Não sei quantas contratações. Acho que o Bahia tem setores que precisam ser mais bem contemplados. Por exemplo, a lateral direita. Algum jogador de zaga que venha ajudar os que já estão lá. Um meia armador, camisa 10 clássico, e também no ataque. Sobretudo um atacante que tenha condições de entrar pelas beiradas para ajudar os outros. A bola, para chegar ao atacante, passa por uma enorme dificuldade de passe, assistência, até que chegue em condição para o finalizador. Até lá, a defesa adversária já se armou.

Como adquirir fundos para contratações no Bahia?
Acolher toda a movimentação que hoje existe dos sócios, de quererem contribuir inclusive para reforçar o time de futebol. Tivemos contato com o Cristóvão Borges, ele falou das posições carentes para 2013, fez sugestões de nomes, e estamos indo atrás. Talvez não sejam os nomes que todos gostariam de ter e que certamente poderemos ter em 2014, mas são absolutamente necessários para preparar o time, consolidando a sua performance e fazendo com que ele permaneça na Primeira Divisão.

Já estamos procurando fontes para isso. Fontes de terceiros e sócios que estão dispostos a colaborar com fundos para aquisição de atletas para a base e elenco profissional. Colaboradores. Vamos chegar com um planejamento para essas pessoas. Em função dos benefícios que podem ter com esse planejamento, podem se dispor a isso. Várias pessoas já me procuraram ávidas para ajudar. A democracia é muito boa, todos nós lutamos por ela, mas é preciso resultados para manter o espírito de aprofundamento democrático cada vez mais em seguimento.

Treino do Bahia (Foto: Divulgação/Site oficial EC Bahia)

Como vai ser essa participação de terceiros?
Vai ser uma conta, o torcedor vai lá e deposita, com possibilidade de quantias diferenciadas. É hora de a torcida do Bahia abraçar o time e fazer seu papel. Quando ela faz isso, aumenta a possibilidade de participar da gestão do Bahia. A pessoa não vai querer dar seu dinheiro sem saber como foi usado. Isso é uma maneira de ganhar em transparência, profissionalismo, sem perder a paixão pelo clube. Pode não ter como contratar todas as peças que precisam. O torcedor está convencido de que, para o ano de 2013, temos metas que não são as metas de 2014. No próximo ano, o torcedor quer um Bahia que dispute competitivamente e vá para as cabeças, ganhando títulos. Em 2013, a expectativa é mais baixa. Em 2013 as contratações virão, mas não com o mesmo volume que virão em 2014. Principalmente com a ajuda do torcedor e revisão de contratos que hoje não podemos usar, que já foram usados. Há um programa de fidelização do Bahia via cartão de crédito, que permitirá os sócios a terem uma série de vantagens. Possibilidade de ajuda do Governo Federal para um programa semelhante ao Faz Cultura, referente a equipamento e outras peças importantes. Vamos bater em todas as portas. Primeiro na porta do prefeito ACM Neto para entender essa questão do Transcon e a negociação da sede de praia.

Vai haver ajuda política no clube?
Por que não? Quero que Wagner ajude o Bahia. Ele é sócio. A primeira-dama também é sócia e daquelas verdadeiramente fanáticas. Vou bater na porta do governador. Evidente que ele não vai colocar o tesouro do Estado à disposição, mas vamos encontrar formas. Isenção fiscal, a própria Sudesb pode ajudar. Há uma possibilidade grande de investir na Cidade Tricolor, uma série de esportes olímpicos. Para isso, é preciso apoio do Governo. Temos um secretário do prefeito ACM Neto no Conselho, Guilherme Belintani, tricolor acima de qualquer outra coisa, que vai nos ajudar a encontrar explicações para coisas mal explicadas e mecanismos para ajudar o Bahia.

A sua participação no Governo do Estado, como secretário de Jaques Wagner, tem influência dentro do Bahia?
Ao contrário. Nunca misturei política com futebol nem com esporte. Acho que essa combinação não é boa e não produz bons resultados. Traz politicagem. E não leva em conta os interesses do Bahia. Dentro dos interesses da nova administração, tem pessoas de diversas tendências políticas e continuarão assim. Estão lá no Bahia para defender os interesses do clube. Na hora da opção político-partidária, fora do Bahia. O Bahia não está a serviço disso. É um Conselho amplo, variado, que possui artistas, ex-jogadores.

Na última terça-feira, o senhor se reuniu com os jogadores. Qual foi sua impressão do elenco?
Senti, em primeiro lugar, que o elenco, jogadores, não se envolveu com a questão da intervenção ou da mudança de gestão. Isso se deve ao trabalho competente de Rátis, que não misturou as coisas. O fato de ter um novo presidente, a questão ficou esclarecida. Agora eles têm uma nova diretoria, estão no mesmo barco e têm que trabalhar juntos. O Fahel falou em nome dos jogadores e passou toda essa energia positiva. Não tive condições de assistir ao último jogo no estádio, mas fiz questão de ligar para os jogadores e para o Cristóvão para mostrar a satisfação com a fibra com que o Bahia se comportou no segundo tempo. Se tivesse mais cinco minutos, ganharíamos o jogo. Vimos um Bahia com garra. Não me sai da cabeça a cena em que o jogador estava demorando de se posicionar na cobrança de escanteio, e Titi chamou a atenção dele.

Houve boicote dos funcionários do clube durante a intervenção. Serão tomadas atitudes quanto aos trabalhadores que participaram disso?
Temos que ver duas coisas. Dois lados. De um lado, muitos nem foram [trabalhar]. Além disso, muitos dos que foram, foram para sabotar o trabalho da intervenção. Passando inclusive informações erradas ou não passando informações. Desse pessoal, não quero nenhum tipo de continuidade. Demissão. Há outro grupo mais profissionalizado, que vamos precisar ver de quantos precisamos em um plano de enxugamento. Transferimos essas pessoas para o Fazendão. A ideia é manter o Mundo Plaza e trazer aquele escritório do Costa Azul. Tem três salas fechadas no Mundo Plaza. Sem ninguém. Temos um aluguel no Costa Azul. Duas salas e meia estão vazias no Mundo Plaza, e está se pagando por isso. No Costa Azul, também se paga aluguel. O tamanho é mais ou menos igual a essas salas. Vamos transferir. Vai para o Mundo Plaza até terminar essa avaliação. Quem está fazendo isso é o diretor Reub Celestino. Já é diferente. Não são os sabotadores. Precisamos dimensionar o número de pessoas para trabalhar. Não significa que a pessoa não prestava um bom trabalho. Mas um bom trabalho pode ser prestado com menos gente.

O senhor acompanhou o Bahia ao longo destes anos em que esteve longe do futebol?
Procurei acompanhar essa evolução. Não dentro do Esporte Clube Bahia. Não sentia clima para, efetivamente, na condição de conselheiro, dar conselhos que pudessem ser aproveitados. Sempre fui um grande torcedor. Vibrei no bicampeonato, grande conquista, que posicionou o clube como nacional. Não é apenas nordestino, tem marca nacional e torcida nacional. Deus me deu força e saúde até por saber que o apoio da torcida não vai faltar.

Quais os planos para a Cidade Tricolor? O senhor soube que o CT saiu mais caro do que havia sido aprovado em assembleia?
A ideia é transformar a Cidade Tricolor em autossustentável. Seja pelo uso compartilhado com outras atividades esportivas, fazer convênios com escolas, ou seja, para trabalhar aquilo com naming rights. Coloca o nome de uma grande empresa que vai bancar os custos. Tomei conhecimento hoje. Nas notícias que foram divulgadas que o Bahia, além da permuta, teve que investir cerca de R$ 12 milhões para construção da Cidade Tricolor. Tenho certeza que o prefeito ACM Neto vai me ajudar a entender essa situação.

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