Tribuna da Bahia
Para marketeiro, dificilmente uma celebridade vai adiante sem um trabalho político prévio. “É preciso uma história e um motivo que justifique esta candidatura”.
O desempenho das celebridades das artes e do esporte que tentaram uma vaga na Câmara de Salvador foi muito aquém do esperado. No esporte, por exemplo, nem ex-jogador e ídolo de Bahia e Vitória, Beijoca (DEM), nem o torcedor símbolo Binha de São Caetano (PRP) conseguiram sucesso semelhante nas urnas.
O mesmo aconteceu como boxeador Reginaldo Hollyfield (PDT), que provocou comoção nacional ao salvar dois sobrinhos de um incêndio. Na música, além das derrotas do cantor Compadre Washington e da dançarina Cissa Chagas (DEM) – conhecida como mulher maravilha -, a dançarina Leo Kret não se reelegeu. Outra surpresa ficou por conta de Jorge Amado Neto (PP), que não conseguiu se eleger.
Destaque único entre os representantes dos formadores de opinião, o locutor Leandro Guerrilha, do PSL, comemorou a vitória voltando ao batente na rádio Tudo FM. “Venho estudando a possibilidade de me lançar vereador há 10 anos. E eu decidi lutar pelo cargo porque eu senti a necessidade da família”, afirmou o novo vereador ao site Bahia Notícias, do mesmo grupo da rádio onde atual. “A família precisa ser cuidada e a gente não tem nenhum representante na Câmara que fale do ser humano, do idoso, do filho que é abandonado pela mãe e está nas ruas perdido nas drogas. Então, a população está tomada por um clima de desconfiança e isso, quem tem que dar o tom são os gestores da cidade”. Da área de comunicação, a jornalista Aline Castelo Branco (PMDB) não teve a mesma sorte, ficando de fora da Câmara Municipal, que contará com 24 nomes novos e 19 reeleitos.
As explicações de Guerrilha casam com o que o jornalista e marketeiro Renato Pinheiro afirmou à Tribuna em julho. Para ele, dificilmente uma celebridade vai adiante sem um trabalho político prévio. “É preciso uma história e um motivo que justifique esta candidatura”, frisa.
Nacionalmente, as celebridades registraram êxitos e insucessos. No primeiro grupo, os ex-jogadores Washinton – também conhecido como Coração Valente, Aladim e Tarcisio conseguiram uma vaga em Caxias do Sul (RS), Belém (PA), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS). O maior fracasso foi justamente o ex-atleta mais renomado no campo, Ademir da Guia, líder da famosa Academia do Palmeiras, nos anos 70. Ao seu lado, lamentam a derrota ex-ídolos do Corinthians – segunda maior torcida do país -, Marcelinho Carioca e Dinei. A cantora Ângela Maria também não repetiu o sucesso dos palcos.