Tribuna da Bahia
“Para nós é um grande orgulho e grande alegria ver o café baiano rompendo fronteiras, destacando-se em todo mundo e sendo consumido no Vaticano”, afirma o secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles.
No Brasil X Argentina disputado no Vaticano, quem vibrou quando a fumaça branca surgiu na chaminé foram los hermanos. Mas no Brasil, não houve tristeza. Afinal, se o papa é argentino, Deus é brasileiro! E não apenas isso. Temos mais a comemorar.
Quando os cardeais brindaram a eleição do novo pontífice com generosas xícaras de café, a cheirosa fumaça que perfumou todo ambiente era brasileira. Mais precisamente baiana, do café produzido com alta qualidade na Chapada Diamantina. Pois é, Habemus Coffea! O café consumido no Vaticano sai da Fazenda Aranquan no município baiano de Ibicoara, produzido pelos cafeicultores Luca Allegro e Nelson Cordeiro.
“Para nós é um grande orgulho e grande alegria ver o café baiano rompendo fronteiras, destacando-se em todo mundo e sendo consumido no Vaticano”, afirma o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, que foi diretor e por duas vezes presidente da Associação de Produtores de Café da Bahia (Assocafé). Ele elogiou os produtores Allegro e Cordeiro, afirmando que “conheço a fazenda deles, onde já estive algumas vezes e testemunhei a atenção especial que eles dedicam a cultura, cuja qualidade é motivo de orgulho e exemplo para todo o Brasil”.
Nelson Cordeiro comemora a conquista e afirma, feliz, que “este é o resultado de muitos anos de trabalho e de compromisso com a qualidade”. Foi Salles que, preocupado em melhorar a qualidade do café baiano criou, quando presidente da Assocafé, o Concursode Qualidade Café da Bahia, certame realizado até hoje pela associação, atualmente presidida por João Lopes, e que por diversas vezes levou o café da Chapada a ser eleito o melhor do Brasil em concursos nacionais. O secretário destacou que quando assumiu a Assocafé, a entidade estabeleceu como lema que o café da Bahia não teria que ser a maior, mas seria a melhor.
“Hoje, é muito gratificante saber que o café de Ibicoara, Barra do Choça e Piatã, da Chapada como um todo, se destaca nacional e internacionalmente”, disse. Pesquisas científicas já comprovaram que tomar café faz muito bem, ameniza dores musculares, evita a amnésia, cura ressaca, fortalece e faz viver mais, e é até indicado para compor a merenda escolar, para ajudar os estudantes a memorizar. No entanto, apesar de todas essas qualidades, o que poucas pessoas sabem é que até o século XVI, cerca de 1570, o café era proibido aos cristãos, pintados com cores demoníacas e associado ao islamismo.