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Léo Dias: “Quando estiver insatisfeito, saio da Band”, diz Marcelo Tas

O Dia

Mesclando jornalismo e humor, Marcelo Tas está à frente do ‘CQC’, um dos programas mais inteligentes da atual TV brasileira, de acordo com muitos críticos. O humorista diz que nunca teve tanta liberdade quanto a que tem na atração e avisa que sai fora quando não estiver satisfeito com a linha editorial da Band.

“Pego minha mochilinha e vou embora”, diz ele, que carrega um conhecido currículo de programas infantis e vai estrear ainda este ano o ‘Conversa com Gente Grande’. Piadista, Tas alfineta a própria emissora ao dizer que a Band é uma exceção ao pagar o maior salário para um jornalista – no caso, Datena – e não para um humorista. Na conversa, ele defende uma televisão livre das grades e com programas feitos por temporadas. “Os programas precisam começar e encerrar ciclos. Assim você vê o que não deu certo. A TV brasileira precisa aprender com o mundo que não existe nada que seja ininterrupto”, avalia ele.

Tem algum tema do qual você não trata no ‘CQC’ por censura?
Temas proibidos e tabus existem em qualquer sociedade. A esperteza é saber qual é o microfone que você está usando. Ou seja, onde e para quem você fala.

O seu humor tem limite?
Pra mim, não existe limite. O que existe é um veículo de comunicação, que tem o seu patrocinador e tem a sua ética. E qualquer revista, jornal, site, tem o seu limite. Meu jeito de trabalhar é o seguinte: quando vou para uma emissora, tento ver qual é o limite ali. E nunca tive tanta liberdade como tenho no ‘CQC’.

E como é esse limite em relação à Band?
Não conheço uma emissora de televisão que tenha a coragem de colocar o ‘CQC’ no ar. Eu desafio: não há uma emissora capaz disso. Estou plenamente satisfeito com a linha editorial da Band. E no dia em que não estiver, pego minha mochilinha e vou embora.

O humor do ‘CQC’ pode ser classificado como inteligente?
Eu não gosto dessa classificação ‘humor inteligente’. O ‘CQC’ é para pessoas de bom gosto.

Antes da estreia do ‘Pânico na Band’ houve alguma combinação entre os dois programas para que não abordassem os mesmos assuntos?
Não houve combinação e não existe nenhuma patrulha entre o que o ‘Pânico’ e o ‘CQC’ fazem ou vão fazer.

Qual é a sua opinião sobre o programa?
O ‘Pânico’ tem méritos. É uma equipe muito talentosa e experiente. Qualquer coisa que dure tanto tempo na TV a gente já tem que tirar o chapéu. Tem gente que olha o Emílio (Surita, apresentador) em ação e acha que é fácil fazer aquilo. Se fosse fácil, haveria várias cópias por aí.

É verdade que humor na TV não vende?
Não sei quem inventou isso. Os maiores salários em qualquer televisão do mundo são dos humoristas. Talvez a exceção seja a Band com o Datena. O humor, pra ser bem feito, dá muito trabalho. É como uma partida de vôlei. Não dá pra ver um jogo de vôlei mais ou menos, assim como não dá pra fazer humor mais ou menos engraçado. Ainda mais com a concorrência da Internet. Didi (Renato Aragão), com Internet, teria saído de Sobral (cidade natal do humorista) direto para a Globo. Alguns moleques do ‘CQC’ saíram da Internet direto para a Band.

Como vocês definem quem é que ficará na bancada do ‘CQC’?
A gente fez de propósito um revezamento matemático. Todo mundo apareceu o mesmo número de vezes na bancada para experimentar quem tinha mais a ver. Mas todo mundo dá palpite lá, não é só quem está ali. Na bancada, todos foram bem. Talvez o critério para que o Oscar Filho permanecesse tenha sido a beleza (risos). Oscar é fofo, a Mônica (Iozzi) é uma das mais novinhas e foi bem, já o Maurício (Meirelles) ficou meio nervoso. Mas o Oscar vai continuar na rua também.

Como vocês tentam inovar a cada programa?
Não adianta fazer um programa diferente, as pessoas gostam do ‘CQC’, mas a gente não quer ficar se repetindo. Tem gente que critica o ‘CQC’ porque a gente tira férias. A gente precisaria até de mais tempo. Os programas precisam começar e encerrar ciclos. Assim você vê o que não deu certo. A TV brasileira precisa aprender com o mundo que não existe nada que seja ininterrupto. Isso só acontece no Brasil.

Isso significa que você, então, não gosta do material frio e das reprises?
Sou contra. Bati o pé para que não reprisassem e acho até que algumas pessoas não gostam muito de mim por isso. O telespectador tem que sentir saudade do ‘CQC’. É assim em qualquer lugar do mundo: o programa sai do ar e volta em outra temporada. Aqui, a gente entra no ar e fica tanto tempo que o cara em casa começa a te chamar de chato. Precisamos dar descanso ao telespectador.

Você vai estrear um programa infantil. Como surgiu a ideia?
No ano passado, quando eu tinha tempo livre, gravei um piloto que ficou bem divertido. É um programa com crianças de 3 a 11 anos para adultos. Chama-se ‘Conversa de Gente Grande’. É sobre drogas, violência, namoro, pé na bunda. E fico chocado com o que tenho ouvido dessas crianças sobre esses temas.

Mas por que esse público?
Se eu pudesse, só trabalharia com criança. É um público desafiador e instigante. Eu já fazia o ‘Plantão do Tas’ (no canal Cartoon Network) e o Marcelo Meira, meu chefe, me chamou e disse: “Meu filho só fala de você”. Achei que fosse pelo ‘CQC’. Ele disse: “Não, é um programa que não é nosso”. E ficou de pensar sobre o assunto. No ano passado, fizemos o piloto, que é uma brincadeira, e ficou muito engraçado.

Para quando fica a estreia do programa?
A minha data ideal seria 2013 (risos). Acho que será aos domingos, à noite. Domingo, a essa hora, não tenho nada o que ver na TV. Sei que vou pegar um horário difícil, tem o querido Fausto Silva e as videocassetadas, mas tem público para tudo.

Você acha que as crianças vão assistir ao programa?
Adulto usa a palavra televisão. A criança é diferente, ela se relaciona com telas. Tenho três filhos e, portanto, uma experiência concreta em relação a isso. As crianças estão ligadas a alguma tela (celular, computador ou televisão). Elas não gostam dessa armadilha de estar presa a uma grade, que aliás é um nome muito apropriado. Tem criança que vê o ‘CQC’ na Internet. É pra esse pessoal que quero fazer TV.

No elenco são sempre as mesmas crianças?
A gente tem um casting que vai rodando, não temos funcionários crianças. Já fizemos por volta de 30 crianças, alguns são muito feras e falam de vários assuntos. Esses, fatalmente, aparecem mais vezes.

É muito difícil gravar com criança?
É a primeira vez que faço televisão com criança. No ‘Plantão do Tas’, contraceno com crianças, mas é texto. Nas duas edições (1989 e 1994) do ‘Castelo Rá-Tim-Bum’ era eu e a câmera. Agora, sou eu e as crianças.

Mas você precisa gravar muitas vezes com elas?
Foi uma caixinha de surpresas. No primeiro piloto de um programa de meia hora, o material bruto tinha oito horas. Isso, por incrível que pareça, é pouco. No ‘CQC’, a gente grava uma semana inteira para ter aquela porcaria de uma hora e meia (risos). Às vezes, a gente vai para Brasília e fica o dia inteiro, aí vai ao ar uma matéria de dois minutos. Então, com as crianças tivemos um aproveitamento excepcional.

O ‘Conversa com Gente Grande’ fica no ar até o fim do ano?
A gente vai fazer uma temporada de 13 episódios, já preparando uma segunda com mais 13, mas não vai ser uma coisa emendada na outra.

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