Léo Dias: ‘Na minha casa, fico com cinco TVs ligadas’, diz Boninho

O Dia

Esta entrevista é resultado de um ano de insistência. Foram muitas ‘directs messages’ pelo Twitter, inúmeros e-mails para a Central Globo de Comunicação, até que veio, enfim, o “sim”.

E o Boninho de hoje é um Boninho mais comedido, que sabe exatamente as consequências de uma declaração sua. Por isso, o “sim” do diretor de núcleo mais poderoso da TV Globo aconteceu mediante duas condições: que a entrevista fosse feita por e-mail e que o foco fosse o ‘The Voice’. Mas o que não falta é assunto. Afinal, ele é o responsável pelos seguintes programas: ‘Encontro com Fátima Bernardes’, ‘Mais Você’, ‘Estrelas’, ‘TV Xuxa’, ‘Caldeirão do Huck’ e ‘Big Brother Brasil’, além das transmissões do ‘Rock in Rio’ e do Carnaval. Com vocês, um Boninho mais comedido, menos polêmico, talvez por estar cada vez mais poderoso.

O ‘The Voice’ dessa vez vai vir à noite. Qual será a mudança em relação ao anterior?
O projeto é um sucesso e, em time vencedor, é melhor não mexer. Mas teremos novos cenários e uma pegada musical mais pop.

Na sua opinião, qual foi o grande acerto para o sucesso do ‘The Voice’?
O formato original é um grande acerto, e o nosso quarteto — Lulu, Claudia, Brown e Daniel — deu um toque especial. O clima deles foi tão importante para o formato que a Talpa (empresa holding que incorpora atividades de mídia de John de Mol) passou a usá-los como exemplo para outros países. Inclusive nos Estados Unidos.

É muito difícil fazer um programa ao vivo com os discursos intermináveis do Carlinhos Brown?
Eu fico rindo na sala de controle. De forma alguma me preocupa, é espontâneo, natural, e isso faz a diferença. E sempre temos o berimbau pronto para tocar!

Qual é a maior qualidade do Thiago Leifert como apresentador?
Teria que escrever um livro, daqueles intermináveis (risos). O Tiago é uma pessoa especial que vestiu a camisa do nosso time. É carismático, ágil e divertido.

Você é chamado de Big Boss mesmo fora do ‘Big Brother’? Te incomoda?
Não, até porque meu tamanho físico é BIG (grande) mesmo (risos). Como falei, é um time e tudo é feito com muito carinho.

Como é que você consegue coordenar e supervisionar tantos programas?
Tenho à minha volta um grupo fantástico de diretores, apresentadores, redatores e editores. A TV é uma obra coletiva e esse grupo trabalha baseado nisso. Nos ajudamos, trocamos ideias, somos muitos braços e cabeças numa só direção.

Quantas horas por dia você trabalha?
Mais fácil dizer que eu durmo umas 4, 5 horas por dia.

Você já tinha dito que estaria se desvencilhando do ‘Big Brother’ aos poucos. Qual será a sua participação no próximo?
O coração vai estar sempre lá, mas, com os novos desafios que a direção me deu, vou dividir o ‘BBB’ com tudo que já estou envolvido.

Mesmo com o faturamento excepcional, ainda tem gente na própria Globo que costuma criticar o ‘Big Brother Brasil’ sempre que pode. Alguns atores da casa, inclusive. Como você lida com isso?
O ‘Big Brother’ é mais um projeto que temos a obrigação de fazer bem feito para a empresa e para o público. Gostar ou não é um direito de todos.

Você encontra ex-BBBs? 
Aos montes (risos). Depois de 13 edições, são quase 200. Não tem como não esbarrar em um.

Como é a sua rotina?
Louca! Mas arrumo tempo para fazer muay thai, que adoro, ver TV, ficar com a minha família, ver TV, tomar um bom vinho, ver TV, responder e-mails, ver TV e por aí vai.

Quem dá mais trabalho no ‘The Voice’? Claudia Leitte, Carlinhos Brown, Daniel ou Lulu Santos?
Todos são especiais, e nos bastidores é uma festa. É tão bacana, que quando termina, todo mundo fica batendo papo. Tem uma coisa que começou de forma espontânea e agora é regra. Em todo programa, eles trazem mimos para todos, o Daniel tem uma bala de coco especial, o Lulu vem com Baba ao Rum, Brown e Claudia cheios de presentes. Aí a produção vem com mimos, e o clima é muito bom.

O que você assiste na TV?
Assisto a tudo na TV! Na minha casa, por exemplo, fico com cinco canais ligados o tempo todo.

Dá para fazer amigos na televisão? Quem são seus amigos?
Lógico. Ficamos tanto tempo aqui, que seria impossível não fazer. Como a galera é ciumenta, se fizer uma lista e esquecer alguém, perco o amigo (risos).

Qual é o segredo para fazer sucesso em programas de entretenimento?
Não ter segredo e coragem para tentar acertar, arriscar. Reconhecer o erro e corrigi-lo o mais rápido possível, quando acontece.

Em um espetáculo tão tradicional como o Carnaval, como variar? Quando você pensa em inovar nas transmissões do desfile, o que você imagina fazer?
Todo produto deve ter uma atualização anual. Sempre partimos deste princípio, dar algo novo, mesmo num espetáculo como o Carnaval. Assim que terminamos um evento, já começamos a discutir como será o próximo. Para 2014, teremos boas e novas mudanças na transmissão.

Você é um diretor de entretenimento, mas aos poucos começa a ganhar funções na área de jornalismo da Globo, como o ‘Encontro com Fátima Bernardes’ e o próprio Carnaval. Dá mais trabalho lidar com jornalista?
Não acho que esteja trafegando nessa área. O apoio e a grandiosidade do jornalismo da Globo já são suficientes para colaborar com o que fazemos.

Que programa você se orgulha de ter feito?
Faço tanta coisa que deixo orgulho e preferências de lado. Gosto de trabalhar muito, portanto, me ligo mais no presente.

Qual é a importância das redes sociais na sua vida? A impressão é que você está usando menos as redes para se comunicar…
A rede social é um caminho importante para agregar conteúdo, ampliar a nossa rede. Em todo produto que cabe a conexão, procuro estender esse uso. Agora, o meu uso pessoal foi tomado pelo aumento exponencial do trabalho.

Quando a gente pensa no sucesso de uma pessoa, a gente não imagina para onde mais você possa crescer. A pergunta é: O que você sonha fazer na vida? 
Ultimamente tenho sonhado com trabalho, volta e meia acordo resolvendo alguma coisa aqui da televisão. Desde criança me projetei no que faço hoje. O meu chefe direto, Manoel Martins, vive brincando que eu adoro receber mais trabalho, que eu fico mais feliz. E é isso mesmo. Sonho continuar fazendo o que eu gosto, que é televisão.