Luiza Maia diz que Marcelo Nilo como presidente da AL-BA “já deu”

Tribuna da Bahia

Deputada estadual nega que reeleição do pedetista já esteja “ganha” e defende a alternância de poder na casa.

O deputado estadual Marcelo Nilo (PDT), que tenta pela quinta vez consecutiva a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia, parece ter mais apoios da bancada oposicionista do que da base do governo, da qual faz parte. Petista de longas datas, e entrando para seu segundo mandato em 2015, a deputada Luiza Maia é enfática em relação à presidência da Assembleia:

“Não cabe mais, não pode ser cargo vitalício. Ele [Nilo] foi um grande presidente, mas já deu, e a alternância é salutar”, disse. Se eleito, Nilo permanecerá no poder por exatos dez anos, fato inédito na Bahia. A declaração de Luiza Maia foi feita durante o programa Conexão CBN, da Rádio CBN Salvador, transmitido todas as segundas-feiras às 8h30. Devido ao bom “trânsito”, Nilo já tem a sinalização positiva da maioria dos colegas da Assembleia, que conta com 63 deputados. “Precisamos fazer uma reforma no regimento interno para limitar a reeleição para apenas uma vez”, comentou Luíza Maia.

O PT, que Nilo esperava ter como aliado, apresentou Rosemberg Pinto para o posto de presidente. Para Luiza Maia, a melhor opção para uma Assembleia saudável seria alternância de poder e eleger para a presidência o seu correligionário. “Acho que a bancada não vai recuar, pois Rosemberg Pinto (PT) vai até o final. Temos que sensibilizar o presidente atual para dar vez a outros. Temos feito esse debate e a sociedade questiona muito”, afirmou.

Nos bastidores políticos, no entanto, a vitória de Nilo já é dada quase como certa. Isso porque a relação dos demais deputados com o pedetista seria de mais confiança, sem contar com o acirramento natural existente com o PT de Rosemberg. Conforme circula nos corredores, a permanência de Nilo seria estratégica, tendo em vista o seu desejo em disputar a prefeitura de Salvador em 2016, conforme já afirmou ao vivo no programa Conexão CBN. Enquanto isso, a relação do PT com o PDT vai ficando tensa: o governador Jaques Wagner (PT) mostrou-se contra um quinto mandato de Nilo na Assembleia e não ficou satisfeito com o fato de o deputado ter batido martelo no apoio do PDT à prefeitura de ACM Neto. O governador eleito Rui Costa também não teria gostado do PDT nos dois poderes.