TV: Os bastidores da demissão unilateral do jornalista Rodrigo Bocardi, que teria violado normas da Rede Globo

Bocardi teria atuado, simultaneamente ao seu trabalho na Globo, na prestação de serviços de comunicação para uma empresa que atende prefeituras da Grande São Paulo.

A saída repentina do jornalista Rodrigo Bocardi da TV Globo, anunciada na noite desta quinta-feira (30), causou impacto significativo nas redações de São Paulo e Rio de Janeiro. A decisão, tomada pelo departamento de compliance da emissora, foi motivada por violações ao código de ética da empresa, que proíbe práticas como a prestação de serviços paralelos para clientes que possuem contratos com o setor público.

De acordo com apuração, Bocardi teria atuado, simultaneamente ao seu trabalho na Globo, prestando serviços de comunicação para uma empresa que atende prefeituras da Grande São Paulo. Além disso, o jornalista também oferecia serviços de *media training*, preparando políticos e empresários para entrevistas e aparições na própria emissora. Outra acusação que circula nos bastidores é o suposto vazamento de informações internas da Globo.

As práticas identificadas contrariam as normas éticas da empresa, que desde 2015 reforçou seu compromisso com a integridade profissional por meio do departamento de compliance. O código de conduta, repassado a todos os funcionários, estabelece restrições claras a atividades que possam gerar conflito de interesses ou comprometer a imparcialidade do jornalismo da emissora. Na manhã desta quinta-feira, Bocardi apresentou o *Bom Dia São Paulo* como de costume e se despediu dos colegas na redação. No entanto, foi convocado para uma reunião com Ricardo Villela, diretor geral de jornalismo da Globo, que veio especialmente do Rio de Janeiro para tratar do caso. A decisão de desligamento foi comunicada em seguida, surpreendendo até mesmo profissionais mais próximos ao jornalista.

Procurado, Rodrigo Bocardi não se manifestou sobre as acusações até o momento. A Globo, por sua vez, limitou-se a afirmar, em nota oficial, que “não comenta decisões de compliance”, reforçando que a medida foi tomada em conformidade com seus padrões éticos internos. A demissão de Bocardi, um dos nomes mais conhecidos do jornalismo da Globo, reacende o debate sobre os limites éticos na profissão e a importância da transparência em um setor que depende da credibilidade perante o público. O caso também coloca em evidência o rigor do departamento de compliance da emissora, que não hesitou em tomar medidas drásticas diante de violações às suas normas. Com informações do site F5.